Antes de tecermos breves considerações sobre o processo de escolha, queremos parabenizar a coordenação do certame pela lisura e bom humor na condução dos trabalhos. Reiteramos publicamente nosso agradecimento pela oportunidade de participar em seleção de tão precioso material, sobre o qual podemos dizer:
os 61 trabalhos apresentados são de altíssimo nível inferior. Como sói acontecer, alguns candidatos erraram a mão e quase fizeram boa poesia. Por pouco não foram indicados a prêmios correlatos, porém tradicionais, que incentivam a competição pela soberba de serem definidos como os melhores;
a variedade de estilos e formatos deu clara ideia da competência poética que grassa no município (quiçá no estado e no país): hai-kais, sonetos, quadras, prosa poética, poemas longos, concretos, dísticos e tanto quanto é possível modelar a língua para se chegar a resultados assim interessantes;
como em todo conjunto de boa literatura, o humor esteve em destaque, mas há momentos de profunda reflexão e até mesmo de sentimentalismo (barato, conforme se espera da prova);
poetas brasileiros, para ficarmos apenas em nossas águas, se refletiram nos trabalhos apresentados: há leitores de João Cabral, Oswald, Décio Pignatari, Drummond, nosso cânone, enfim, bem como de portas de banheiro e Jornal do Ônibus.
Para finalizar, depomos aqui que a tarefa foi árdua, não tanto por sua extensão, mas pela necessária inversão de valores a que fomos obrigados a nos submeter, pois sair da zona de conforto de buscar, como sempre nos foi ensinado, "o melhor", para achar no pior os seus melhores, transformou cada um de nós três, que tivemos o privilégio de conhecer este material inédito, em novas pessoas, mais iluminadas, sensatas e humildes: decidimos nunca mais escrever poesia.
14 de dezembro de 2012.
Sérgio Fantini, Bya Braga e Sávio Leite - Banca da BPP8
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