quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ata da comissão de avaliação dos Piores Poemas da BPP8

Nós, comissão julgadora da oitava edição da Bienal dos Piores Poemas - PET, reunidos no dia 12 de dezembro de 2012, após exaustivas deliberações e dezenas de cafés e quilos de biscoitos doce e de polvilho, chegamos ao resultado que se torna conhecido agora.
Antes de tecermos breves considerações sobre o processo de escolha, queremos parabenizar a coordenação do certame pela lisura e bom humor na condução dos trabalhos. Reiteramos publicamente nosso agradecimento pela oportunidade de participar em seleção de tão precioso material, sobre o qual podemos dizer:
 
os 61 trabalhos apresentados são de altíssimo nível inferior. Como sói acontecer, alguns candidatos erraram a mão e quase fizeram boa poesia. Por pouco não foram indicados a prêmios correlatos, porém tradicionais, que incentivam a competição pela soberba de serem definidos como os melhores;
 
a variedade de estilos e formatos deu clara ideia da competência poética que grassa no município (quiçá no estado e no país): hai-kais, sonetos, quadras, prosa poética, poemas longos, concretos, dísticos e tanto quanto é possível modelar a língua para se chegar a resultados assim interessantes;
 
como em todo conjunto de boa literatura, o humor esteve em destaque, mas há momentos de profunda reflexão e até mesmo de sentimentalismo (barato, conforme se espera da prova);
 
poetas brasileiros, para ficarmos apenas em nossas águas, se refletiram nos trabalhos apresentados: há leitores de João Cabral, Oswald, Décio Pignatari, Drummond, nosso cânone, enfim, bem como de portas de banheiro e Jornal do Ônibus.
 
Para finalizar, depomos aqui que a tarefa foi árdua, não tanto por sua extensão, mas pela necessária inversão de valores a que fomos obrigados a nos submeter, pois sair da zona de conforto de buscar, como sempre nos foi ensinado, "o melhor", para achar no pior os seus melhores, transformou cada um de nós três, que tivemos o privilégio de conhecer este material inédito, em novas pessoas, mais iluminadas, sensatas e humildes: decidimos nunca mais escrever poesia.

14 de dezembro de 2012.

Sérgio Fantini, Bya Braga e Sávio Leite - Banca da BPP8

Bienal dos Piores Poemas 8 na mídia

Saiu no O Tempo - Matéria de Laura Godoy


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Poemas Premiados na BPP 8

Prêmio Hours Concours

Sally Lindinha

Ah Sally lindinha
Te imaginava de chapéu coco e bengala
dançando como a Liza em Cabaret.
teu nome era por ela
mas você não me alegrava dançando
mas me alegrava rodando!
Rodava, rodava, rodava
e rodava na sua rodinha infinita
me contava seus segredos
quando no meu ombro ficava
me ouvia e me olhava
como se entendesse tudo o que eu lhe dizia
e aqueles teus olhinhos vermelhos brilhantes
tão sensíveis a luz quanto os meus!
Ahh Sally! que saudades tenho eu
do seu jeitinho mansinho e medroso
de ser minha amiguinha ratinha.

Berped.



Troféu Girafona - Primeiro Lugar

O BICHO

O

O bi
O bic
O bich
O bicho
O bicho co
O bicho com
O bicho com me
O bicho com medo
O bicho com medo do
O bicho com medo do ho
O bicho com medo do hom
O bicho com medo do homem
O bicho com medo do homem
O bicho com medo do hom
O bicho com medo do ho
O bicho com medo do
O bicho com medo
O bicho com me
O bicho com
O bicho co
O bicho
O bich
O bi
O


Totó Ferraz


 Troféu Girafa - Segundo Lugar

trio 1

o cão diz au au au
a musa diz ui ui ui
o poeta diz ai ai ai

Platão

Troféu Girafinha - Terceiro Lugar

Ode leiga ao elefante

Oh elefante...
você...
é...
por quê...
hã...
e também...
hum...
e além.....
....
....
Ó elefante
Porque seu p** é tão grande?

El Muchacho Torero Matador




10 Menções Honrosas 

au au au
(p)au...(p)au...(p)au... um poema sexual?
(atch)au...(atch)au...(atch)au.... um poema bem gripal?
(n)au (n)au? (n)au? um poema down?
não, não não, não é isso não.
au au au -  é um poema pro animal.

Uau!


Cachorro

a palavra que me mata
é a mesma que me ressuscita
me agradar é difícil
como pisar na sombra
me desagradar é fácil
como cuspir pra cima
sou como um cachorro
vou onde me dão
comida e carinho
mas não é bom brigar comigo
tenho memória de cão vingativo
e fico imensamente triste

Platão


BARTOLOMEU

O irmão ganhou um cachorro.
Adorado pela irmã, mimado pela mãe.
Odiado pelo pai.
Bartolomeu assim o chamaram.
Bartôlo para os íntimos.
Era mel.
Na cor, na sensibilidade, no viver.
Tinha mania de fugir de casa.
Voltava com galho agarrado no pelo
E cheiro de cobertor molhado.
Às vezes, namorava as vira-latas da rua.
Se apaixonava, se enlouquecia. Uivava.
Bartolomeu era safado, poético, astuto.
Comilão, machão, turrão.
Gostava de se exibir.
Em suas fugas, demorava até 12 horas nas estradas da cidade.
Todos o conheciam.
“Vi seu cachorro na escola”
“Vi o Bartôlo na rodoviária”
Ninguém o pegava. Era arisco.
Não gostava de criança. Claro, ele era a criança.
Nunca perdia seu posto.
A criança da casa, da família, da vida.
Uma rede na varanda era seu paraíso.
Bartôlo deitava todas as noites.
E tirava longos cochilos.
Pulava e subia várias vezes para sentir o balançar.
Quem passava rua
Poderia se encantar.
Gostava da caça, do outro, do todo.
Brigava com o pai, roubava-lhe a carne do prato.
E recebia o xingamento:
“PASSA FOME”.
Odiava passear de carro. Gostava de nadar.
Chegou a atravessar uma lagoa atrás de um pato.
Depois de 8 anos de convivência, resolveram celebrar.
E saíram para passear.
Mas ouviu-se um estouro.
Um carro massacra Bartôlo.
E todos se põem a chorar.
O carro quebrou-lhe as costelas.
Maldito dia, maldita hora. Malgrado seja!
A família senta na rede.
Não há nada a fazer.
Aquele dia terminou
Sem a menor concretude
Sem abraço
Sem cor.
A família sentiu, pela primeira vez
O fundo do poço da dor.


BJÖRK



VEADO

Bumbo
Bumba
Bomba
Bamba
Bimba
Bambi

Patolino


AVE CESAR!

Ave Jacú!
Ave Mutum!
Ave Ñandu!
Ave Juru!
Ave Jaburu!
Ave Urubu!
Ave Tuiuiú!
Ave Maria!

Avestruz!


Patolino


Carta de paixão bestialista

Ainda me lembro de você
Daquela tarde de amor bestial
Você me tomou em seus braços
E me mostrou seu lado animal
Nunca ninguém me tocou como você
Sinto arrepios só de lembrar
Basta  alguém latir no meu ouvido
Que sinto meu cabelo eriçar

Mas então, você nunca mais ligou
Como você foi sumir assim?
Ser de espécies diferentes
Não é um problema pra mim

Então Rex me ligue agora
E venha ser feliz nesse outono
Da eternamente sua...
Perna do amigo do seu dono.

El Muchacho Torero Matador


trio 2

o cão brinca na chuva
a musa desfila no sol
o poeta derrete na lama

Platão


morte 2

jesus morreu crucificado
freud morreu de câncer
nietzsche morreu de doidera

... e o meu cão está apenas gripado

Platão


Miau Au Au

Au au au,  assim fez o Miau!
Miau au au este som é surreal!
O Miau que ontem miava hoje  fez au au
O Au Au acordou estranho abriu a boca e fez Miau

O Au Au subiu no muro e caiu
Não tinha sete vidas, o coitado se explodiu!

O miau de olho grade engoliu aquele ossão
Entalou tudo na goela, foi pior que indigestão!

Miau au au este som é surreal!
Au Au Miau eu amo os Animal!

Alex Rex Félix


Lai Cai

LOBOLOBO = Lóbolo
BOLOBOLO = Bololô

Li Tai


Poema escrito no dia do evento e escolhido por juri popular

Mi Au
Mi Au
Ai meu Deus
que crise e existência
sou um gato ou um cachorro 
Mi Au
Mi Au
Me Au Auuuuuu

Denise Lopes


Vencedor do Concurso BPPet "Eu amo meu animal" - Facebook
A foto mais curtida na página do Concurso no Facebook foi a da Gata Judite




Vencedor do Concurso BPPet "Eu amo meu animal" - Júri popular
A foto mais curtida pelos presentes na BPPet foi a do cavalo Mirage Cinnamon









quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Festa de entrega de prêmios da Bienal dos Piores Poemas 8

Se você gosta de bicho, comida e poesia, venha se divertir na
 Festa de Entrega dos Prêmios da Bienal dos Piores Poemas 8,
com o tema BPPet - "Faça um poema para o seu bicho".
Na programação muita poesia, jogos, comida e prêmios.
ENTRADA FRANCA

DATA: 14 de dezembro de 2012, sexta-feira às 20h
LOCAL: Casa Una – Rua Aimorés – 1451, Lourdes – próximo à Praça da Liberdade.



Informações:
3235-7314 / 3221-6200 
gombh@uol.com.br / bienaldospiorespoemas.blogspot.com
Assista ao teaser da BPP8
Assista o registro da última edição - BPP7 - Bienal Sobrenatural
http://www.youtube.com/watch?v=gUwi6ifkS3Q
Acompanhe a BPP8 no blog
bienaldospiorespoemas.blogspot.com
Conheça o Grupo Oficcina Multimédia


Realização:
Grupo Oficcina Multimédia

Apoio:
Casa Una, Academia Gota d'Água e Fundação de Educação Artística
A Petrobras é patrocinadora do Grupo Oficcina Multimédia. 


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Concurso BPPet "Eu Amo o meu animal"


Se você gosta de bichos, comida e poesia, venha se divertir na Festa de Entrega dos Prêmios da Bienal dos Piores Poemas 8, com o tema BPPET – “Faça um poema para o seu bicho”. Na programação muita poesia, jogos, comida e prêmios. Nesse ano o GOM promove um concurso de fotografias na Bienal dos Piores Poemas. Abaixo seguem informações de como participar e como será a premiação.

1 - Envie a foto do seu animal para o e-mail bienaldospiorespoemas@gmail.com, ou publique a foto na timeline do Grupo Oficcina Multimédia (www.facebook.com/GrupoOficcinaMultimedia) até o dia 09 de dezembro - Domingo - às 23h59.

2-  A partir do dia 10 de dezembro você poderá curtir as fotos dos participantes do concurso no álbum de fotos "Eu Amo o meu animal" da página do GOM
(www.facebook.com/GrupoOficcinaMultimedia) no facebbok.

3 - Serão entregues dois prêmios:
- um para a foto mais curtida no facebook até o dia 14 de dezembro, às 18h.
- outro para a foto mais votada no dia da Festa de Entrega de Prêmios da BPPet. 

4 - Os vencedores serão anunciados na Festa de Entrega de Prêmios da BBPet, que acontecerá no dia 14 de Dezembro, de 20 às 22h, na Casa UNA, com ENTRADA FRANCA!

Participe! O seu animal vai adorar!

Últimos poemas inscritos na BPP8


Ode leiga ao elefante

Oh elefante...
você...
é...
por quê...
hã...
e também...
hum...
e além.....
....
....
Ó elefante
Porque seu p** é tão grande?

El Muchacho Torero Matador

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Carta de paixão bestialista

Ainda me lembro de você
Daquela tarde de amor bestial
Você me tomou em seus braços
E me mostrou seu lado animal
 Nunca ninguém me tocou como você
Sinto arrepios só de lembrar
Basta  alguém latir no meu ouvido
Que sinto meu cabelo eriçar

Mas então, você nunca mais ligou
Como você foi sumir assim?
Ser de espécies diferentes
Não é um problema pra mim

Então Rex me ligue agora
E venha ser feliz nesse outono
Da eternamente sua...
Perna do amigo do seu dono.


El Muchacho Torero Matador

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Soneto sobre Ornitorrincos nº 6738

Tem patas de pato, pelos e um bico.
É meu mamífero semiaquático favorito
Tem cauda de castor, põe ovos e sua leite.
E seus esporões venenosos não são enfeite

Ornitorrinco, ornitorrinco
Sabe, seu nome rima com zinco
Eu sei que isso não fez sentido
Mas, Perdoe esse escritor combalido

Depois do primeiro verso
Não tive mais ideias, confesso
Mas tive que continuar o soneto

Enfim é tarde e amanhã eu matuto
Então, Aceite esse singelo tributo
Meu caro plátipo ninfeto.

El Muchacho Torero Matador

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Miau Au Au

Au au au,  assim fez o Miau!
Miau au au este som é surreal!
O Miau que ontem miava hoje  fez au au
O Au Au acordou estranho abriu a boca e fez Miau

O Au Au subiu no muro e caiu
Não tinha sete vidas, o coitado se explodiu!

O miau de olho grade engoliu aquele ossão
Entalou tudo na goela, foi pior que indigestão!

Miau au au este som é surreal!
Au Au Miau eu amo os Animal!

Alex Rex Félix

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Um tormento animal

O filhote diabólico late sem parar
Dia e noite
Noite e dia
Acho que não vou aguentar

Passos as noites pensando
Em uma vingança fatal
Que mate este bicho
E este ruído sobrenatural

Já pensei em enforcá-lo com um cinto
E acabar com este tormento
Ou então cortando a língua
Pra que sirva de exemplo

Pensei também numa forma mais normal
Jogar uma bola de chumbinho, pro canino se dar mal
Mas ainda é capaz dele devorar o aperitivo
E de forma bem sagaz me olhar com um sorriso

Já não consigo viver com essa presença infernal
Ou é ele
Ou sou eu
Um vai ter que se dar mal!!!

Eva Marta Berenice

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O ELEFANTE 

Construo um elefante
Com todas as minhas ferramentas
Uso photoshop
Na  sua tromba
O encho de beleza, leveza e alta resolução.
O control C vai ajudar
Que  ele tenha orelhas que causam paixão.
No seu corpo vou usar efeitos
Que jamais aparecerão
Suas presas serão brancas, fortes e reluzentes
Lindas como os dentes
de qualquer galã ascendente
e por fim,  brilho nos olhos,
fluidez e simpatia,
pois elefante que se preza
sabe linkar com harmonia.

Eis o meu lindo elefante
Pronto para ser compartilhado
Ter amigos no instangram
Nesse mundo fantasiado
Ei-lo, de alta resolução
Fácil de ser enviado
Comentado
Twitado
Acessado
Numa home ou num tumblr
Ele vai ser visitado.

Vai  meu elefante!
Pelo facebook
Querem curtir
Essa beleza animal
Que jamais foi firewall
È fácil baixar,
Compartilhar
Até pode virar
Um spam
Sem travar

E já tarde da noite 
volta meu elefante, 
mas volta
hackeado, 
cyberaterrorizado
acabaram seus megapixels
seu servidor foi invadido
seu download
ficou rígido
o seu link foi quebrado
seu zip foi
descompactado
sua banda não é mais larga
e ele rapidamente foi
desconfigurado
Amanhã retomarei
com um novo upgrade
e outro bicho criarei
mais acessado que o rei.

Gato de Botas

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Descrente

Nunca vi gato malhado
Muito menos andorinha sinhá
Nem sei quem é Jorge Amado
Pra poder imaginar
Um gato casado e uma andorinha a noivar!

Gato de Botas

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Poema Nº 43

Ato poético

O gato faz au au!
O cachorro faz miau!
E eu tento escrever
Sem sair da real!

Gato de Botas

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Todos os meus ga(s)tos
Todos os meus cinco gatos me infernizam de noite e de dia
De tarde eles me amam
Mas só quando dou comida.

Quando meus quinze gatos querem sair eu não deixo
Mas quando quero que eles saiam eles não querem

Depois vamos pra terapia
Eu, eles, os cinquenta gatos
E o seu Zé da Portaria
(pra ajudar)

Aqui em casa não tem areia
Eu não moro numa praia
É que meus cinquenta gatos sabem dar descarga

O problema é a conta da Copasa
Mas pior faltar água do que eu ficar
Com malcheiro em casa!

Ração é outro ponto importante em nossa relação
E dir-lhes-ei o porquê

Ração de arroz, ração de salmão
Nada disso meu gato quer
Enquanto como meu miojo
Meus setenta gatos comem filé

Se eu dissesse, meus gatos desmentiriam,
Mas como eles são meus melhores amigos
Deixo-os guardados a sete chave dentro do Coração

Coração é como eu chamo a caixinha deles
Tão bonita, tão delicada
Tão cara a mim e a eles
Que me custou os olhos da cara
E uma válvula na aorta

Mas eles preferem uma boa caixa de papelão.

Claro que meu sofá minha cama meu armário meu vestido
Estão todos bem arranhados
Mas com cento e oitenta gatos
Pra quê viver num estilo alinhado?

Mas a companhia deles é tão gostosa
E eles são tão fofos

Que posto noite dia no Feice
Posto no Twitter
Posto no Intagram
Posto no Linkedin
Posto no G+

Meu emprego já perdi
Meu amigos já me deixaram
Meu ex-marido já não me liga
Meus filhos se mudaram
E minha mãe me deserdou

Mas nada me é mais caro
Do que a companhia – e uma bela foto – dos meus gatos!
Freak Cat Lady

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 A tristeza do jeca
Eu tenho um bicho

Um bicho portátil
Um bicho moderno

Contemporâneo

Mobile
Concreto

Um bicho-grilo

Jacu
Circunspecto
Introspectivo

Um bicho bom 
pra coçar no escuro
 Ele é um bicho de pé
Um bicho que não senta nunca

Sinto muito, meu bichinho
Se tenho que te tirar com esta agulha.

Chico Bento

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Layka e Eu

Eu ganhei uma amiga que mais parece uma inimiga
Que todos os dias me incomoda,
Chata, inconveniente e muito barulhenta,
Quando alguém chega não consegue ficar quieta.

Por isso decidi que seu lugar seria no fundo da casa
Próximo das plantas e da área de serviço.
O que não foi uma boa ideia!
A começar pelas varias roupas que pegou no varal e ainda rasgou
Incluindo as plantas de anos de cultivo que foram devoradas por ela.

Só de pensar fico com raiva já visitei até uma casa de adoção
Mas algo foi mais forte e me impediu de deixá-la um tipo de afeto infantil
Ainda não sei explicar o que é; fico preocupado se esta bem alimentada,
se não falta água, se sua saúde esta boa.
Enfim acho que o lugar da Layka é no espaço
que estava vazio no meu coração. 

 Plutão de Marte

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Dieta Paradoxal

o pato do vizinho pôs um ovo
a pata da mãe dele quis doar o rebento
para comerem de patê no pão
demorou tanto que nasceu
a pata da mãe do dono do pato
criou o bicho com o gato
e a pata fresca ele comeu
se encheu como pavão
onde já se viu, que atrevimento!
a pata do vizinho pôs um ovo

Maria Leitoa

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Abre o olho Charlie Brown

O homem que não possui um cão como amigo seu,
Aquele a quem não emociona o balançar de boas vindas do rabinho de seu cão,
Está maduro para a solidão, o choro e a perdição
Na sua vida, sua integridade física e moral se perdeu,
Na sua rotina, esse famigerado pede socorro!
Desconfia de tal homem e compre um cachorro!

Snoopy Dog

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BARTOLOMEU

O irmão ganhou um cachorro.
Adorado pela irmã, mimado pela mãe.
Odiado pelo pai.
Bartolomeu assim o chamaram.
Bartôlo para os íntimos.
Era mel.
Na cor, na sensibilidade, no viver.
Tinha mania de fugir de casa.
Voltava com galho agarrado no pelo
E cheiro de cobertor molhado.
Às vezes, namorava as vira-latas da rua.
Se apaixonava, se enlouquecia. Uivava.
Bartolomeu era safado, poético, astuto.
Comilão, machão, turrão.
Gostava de se exibir.
Em suas fugas, demorava até 12 horas nas estradas da cidade.
Todos o conheciam.
“Vi seu cachorro na escola”
“Vi o Bartôlo na rodoviária”
Ninguém o pegava. Era arisco.
Não gostava de criança. Claro, ele era a criança.
Nunca perdia seu posto.
A criança da casa, da família, da vida.
Uma rede na varanda era seu paraíso.
Bartôlo deitava todas as noites.
E tirava longos cochilos.
Pulava e subia várias vezes para sentir o balançar.
Quem passava rua
Poderia se encantar.
Gostava da caça, do outro, do todo.
Brigava com o pai, roubava-lhe a carne do prato.
E recebia o xingamento:
“PASSA FOME”.
Odiava passear de carro. Gostava de nadar.
Chegou a atravessar uma lagoa atrás de um pato.
Depois de 8 anos de convivência, resolveram celebrar.
E saíram para passear.
Mas ouviu-se um estouro.
Um carro massacra Bartôlo.
E todos se põem a chorar.
O carro quebrou-lhe as costelas.
Maldito dia, maldita hora. Malgrado seja!
A família senta na rede.
Não há nada a fazer.
Aquele dia terminou
Sem a menor concretude
Sem abraço
Sem cor.
A família sentiu, pela primeira vez
O fundo do poço da dor.
BJÖRK

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Matando cachorro a grito!

Meu amor, o que vou falar não é um bicho de sete cabeças.
Você pede para eu escolher entre esta coisinha linda ou você?
Saiba de uma coisa:
Minhas lágrimas nunca foram de crocodilo.
Nunca imaginaria que você teria tanta minhoca na cabeça.
Pensa que tenho espírito de porco?
Pensa que eu compraria gato por lebre?
Agora estou realmente coma macaca.
Desta vez não vou engolir mais sapo,
ou ficar dando voltas como uma barata tonta.
Sim meu bem, tem boi na linha.
A vaca já foi para o brejo
Agora vejo com olhos de coruja.
Você é um lobo em pele de cordeiro,
não vale um caracol.
Calma, já vou escolher entre este bichinho ou você.
Pois diga meu amor,
você acha que, devido à sua  cabeça de formiga,
 ele deve pagar o pato?
O que você quer?
Nos fazer de gato e sapato?
Pode esquecer, seu plano deu zebra.
Ninguém será seu boi de piranha.
Agora vou lavar minha égua.
Agora é que a porca torce o rabo,
e você vai dar com os burros n'água,
pois, voltando  à vaca fria,
minha escolha se dará em pouquíssimas palavras:

PODE  TIRAR O SEU CAVALINHO DA CHUVA.

Pronto, falei!

Bezerra 

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Bueiro

Ratazana
Ratazona
Ratatá
TaNaZonaRáRáRá
Rabo sai do esgoto
Rato escroto

Splinter the Master

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Enigma do Apocalipse

Cê é bicho
come lixo
cão salsicha
homem bicha
porco sujo
pouco sebo
pombo podre no assento
ta roçando o movimento

Bode "o" Expiatório

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Madame Buterfly

Ela é linda rapariga
potranquinha
uma gata
mas se vem um garanhão
espora maior que a minha
vaca gorda! sua galinha
piranha do rio mandú
se eu sou bode cê é urubú!
carniceira de serpente
vira o rabo e mostra os dente
se chifre fosse chapéu
penteado igual a gel
eu ainda te dava um murro
um coice porque sou burro!
Cornélius Ritsvovski

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Sereia Tropical

O sapo na beira do rio
é o rei da cantoria
canta todos bofe magia
com sua peruca tingida
foge das pererecas
porque tem alergia
cobra é sua alegria
nas noites de lua cheia
 Muitos chamam tal criatura
de vocalista sereia
boca no microfone
gulosa nos montes de areia

sua voz é fascinante
encanta os marinheiros
que a procura de puteiros
deliram na fantasia
nessa louca zoofilia

 Sapo Cucucu

---------------------------------------------------------------------
Charada sertaneja

Que bicho é aquele sô
Que  ê vem de lá?
Saltanu brejeru
Daqui pra lá?

Que bicho é aquele sô
Que  ê vem de lá?
Giranu as anca
Modi rebolar?

Que bicho  é aquele sô
Que  ê vem de lá?
Baten' us caniçu
Sem  nunca trupicar?

Que bicho é aquele sô
Que  ê vem de lá?
Revirand' us  zóis
Quase sem piscar?

Que bicho é aquele sô
Que  ê vem de lá?
Acenanu as mãos
Modi me agradar?

Que bicho é aquele sô
Que  ê vem de lá?
Mas é bicho ou é gente sô?
Vou lhe prerguntá.

Mas que bicho é aquele sô
Que  ê vem de lá  qu' eu num sei?
Pruquê  tem tanta gente
Cum cara de animá...Ah sô! ...deixa pra lá!

 Xitåõzinho

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Não é para admirar?

Meu bicho  preferido
Tem a cara de  um cavalo
O olho de peixe morto
E nariz de tamanduá

Tem um pescoço de cisne
O peito forte de um gorila
Os  dentes  são de crocodilo
Mas canta como um sabiá

Tem riso de hiena brava
Corre com um avestruz
Escuta como um cachorro
É arisco como um carcará

Ronca como um porco gordo
E mija como um cavalo
Salta  leve como um cabrito
Mas fede como um gambá

Pesa como um elefante
Empaca como  um jumento
Nada  ágil como um golfinho
E está aprendendo a falar

Não  é para admirar?

Ovídio

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Sonho enigmático

Sonhei que era um rato
Sonhando  que  era uma gato
O gato comeu o rato
E começou a sonhar que era um rato
O rato no sonho  para enfrentar o gato
Virou um  gato  e começou a perseguir o rato.

S Freud
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 Verão de vacas magras


Uma andorinha não faz verão
Muitas
Também  não

(Safo)

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Ela é a Rainha do Lar
quando eu chego, já me espera na porta, andando de um lado para o outro
é sobretudo minha amiga
sempre me faz companhia durante as refeições
senta-se à mesa, mas, despojada, também come no chão
a minha querida...
quando demoro,
ela fica ansiosa, come muito açúcar,
e sobe pelas paredes...
VEJA, sei que com cabra não pode, mas...
e com formiga?
Lésbica Minimalista

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au au au

(p)au...(p)au...(p)au... um poema sexual?
(atch)au...(atch)au...(atch)au.... um poema bem gripal?
(n)au (n)au? (n)au? um poema down?
não, não não, não é isso não.
au au au -  é um poema pro animal.
Uau!

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Quem sou eu?

Não sou bicho não sou gente,
naturezas diferentes
Nascido de um castigo
do adultério fui gerado

Um conflito permanente 
uma fome insaciável
sete jovens de presente
um a um são devorados

Teseu no labirinto 
com o fio de ariadne  
Na espinha sinto frio
com o perigo preocupado

Fui aqui no meu recinto
por Teseu surpreendido
eu podia ter fugido 
eu teria escapado

Foi assim o meu destino
fui ferido de verdade
da existência de maldito
fui com a morte libertado 


Minotauro