domingo, 30 de novembro de 2014

Teaser - Concurso de Selfie - Bienal dos Piores Poemas 9 - Eu Poético - ...

Não perca esta nova oportunidade de participar da BPP 9 - Eu poético



Envie sua selfie até o dia 14 de dezembro para bienaldospiorespoemas@gmail.com e concorra a prêmios.



sexta-feira, 28 de novembro de 2014


ÚLTIMO DIA DE INSCRIÇÕES E COM MAIS POEMAS CHEGANDO


Poema N°61

 Sou foda

Ó pobre de mim
O que posso fazer
A não ser pensar assim?
“Sou foda, ding din, ding din, ding din” (3x)

 Mc Sou Foda

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 Poema N°62

Deus não. Papai e Mamãe

 “Quando Deus me desenhou, ele tava namorando…”

 Quando Deus me desenhou, nada...
Quem me fez foi papai e mamãe!

 E fez com amor e carinho.
                [Por isso sou assim tão bonitinho]

 E fez com amor e afeto.
               [Por isso sou tão esperto]

 E fez com amor gostoso.
                [Por isso sou tão charmoso]

 E fez com amor e paixão.
                [Por isso sou gostosão]

 E me fez no mato.
                [Por isso sou tão gato]

 Quando Deus me desenhou, nada...
Quem me fez foi papai e mamãe!

 Marurici(nh)o

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 Poema N°63

O que as mães não fazem pelos filhos?

 Espelho, espelho meu...
Existe nesse mundo alguém mais belo do que eu?

- Nãããoo, és o mais belo.

 (Respondeu-lhe a sua mãe por de trás do espelho)

 Grimhilde



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 Poema N°64

 Belo Horizonte

 Gosto de tatear suas esquinas tortas
deslavadas, pornográficas
seus sons etílicos
...de cheiros escandalosos e gostos febris.

 Al Arafat

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 Poema N°65

 Cultura
Somos uma cultura de ejaculação precoce.

 Al Arafat

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Poema N°66

 Geth

Leva uma vida sossegada
bebendo seu Jack Daniels
por louco que pareça
morando num Belo Horizonte
olhando as pernas curvilíneas das moças
terminando as paixões da noite
recomeçando-as na madrugada
naufragando.
Leva uma vida sossegada.

Al Arafat

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Poema N°67

 Uma certa Tal

 tal

moça intrépida da vida esquecida
dos montes grãos finos de areia do mogol.
Tal
tal
vez
vulgar e vulgarmente
mente
espias famelica minha língua
por entre
pequenos e grandes lábios

passeio por entre todos os poros
umedecidos de razão divina.

 quero lhe amar
na curva
da sombra
é você luciferante nua
nua
e
um dia de sombra
duas ou apenas algumas
sombras no meio do fio nua.

 Al Arafat

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 Poema N°68

 Imundo

 a vida podia ser um livro

e é um pedaço sujo de guardanapo
Um romance de escritos ininteligíveis
recolhido em algum boteco imundo.

A Vida podia ser prosa e é uma garrafa torta
tormentosas madrugadas.

A vida podia ser conto e é ressaca de tabaco
e é uma manhã fria, acordando ao lado de uma mulher
absorta por cores televisivas.

A vida podia ser poesia
arte de vida bem vivida
e
é barbárie e fim dos tempos.

Al Arafat

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 Poema N°69

 Luiz Vaz

 o corpo vai direto as profundezas do oceano
procuro náufragos, perco-a na correnteza do Mekong
escavo doidivanas ondas do mar da china
afundo ao fundo, retorno sem ar e palavras de consolo.
viajo por todos os mares, termino vigilante no estreito de Ormuz
a voz ecoa abrupta, estupidamente, direto do minarete, por todo o deserto.
Volto da jornada soturno, os pesadelos ainda estão em Goa.

 Al Arafat


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 Poema N°70

 Tal um grão

 Sou do mundo

da verdade ainda que mentira
e para o que desejar
o que aliviar
qualquer dia por aí... por aqui.

 Montes ou grãos
qual o seu nome para o homem
seu
que quer ser seu em plena meia Lua cheia

 Vagas esperanças, tempestades, luzes que se esvaem
luzes
lumes
quero ser seu
olhos fixos.

 Brilho
Drops
Scare, all power to the people
night.

Ser seu
não
não nos vemos e os sonhos seus.

Por que
queres um caminhão
se o tempo é chuvoso
e não há estradas neste país miserável.

Talvez só ser seu
não veja suficiente
talvez... não lhe baste, tal não me basta.

Tal...
...vez
preciso conhecê-la
ver-te
sentir o cheiro de sua alma
relembrar Lawrence Ferlinghetti
vida sem fim.

Seu
sonhar o mundo ao seu tempo.

Ser seu
é uma abstração como o tudo
conforme a dimensão
quero ser seu.

Cicatrizes
desaparecem.

Palavras
amortecem.

Beijos
apodrecem.

Corpos
adormecem.

Almas
adoecem.

Pessoas
amanhecem.

Quero ser seu
sendo do mundo
acreditando nos imundos.

 Al Arafat


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ATÉ AGORA 60 POEMAS JÁ FORAM INSCRITOS, EM BREVE PUBLICAREMOS MAIS

Poema N°53

Self natalino

Ho! Ho! Ho!
Disse o Papai Noel,
antes de abrir o seu
próprio presente de natal

Klaus

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Poema N°54

Concepção

Agradeço meu pai e minha mãe
por ter
Me
tido.

Catrinha

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Poema N°55

Consumo de nós

obsolescência programada
esse amor
com data pra acabar

Ana Lola

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Poema N°56

Os Piores Poemas

Não precisa fazer esforço
Nem gastar rima pra isso
Depois de Pessoa, e Drummond
Todo poema é lixo.

Antoine Lagies

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Poema N°57

O pior poema

Falei de amor,
Falei da vida
Sem ter amor
E sem ter vida
Achei que fiz poesia
Mas de tão ruim
Nunca nem foi lida.

Antoine Lagies

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Poema N°58

O melhor poema

Está em Drummond
Está em Pessoa
Está em Lispector
Está em Leminski
Está em Coralina
Está em Chaplin
Está em Moraes
Está em Neruda
Está em Meireles
Está em Veloso
Está em Lages
Está em Quintana
Está em Espanca
Está em Alves
Está em Suassuna
Está em Assaré
Está em Russo
Está em Shakespeare
Está em Buarque
Está no sentimento.
Aqui, só ficou o pior poema.

Antoine Lagies

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Poema N°59

Eu Poético

Eu poético
Sou tão ruim de ser
Que esse concurso eclético
Com facilidade hei de vencer.

Antoine Lagies

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Poema N°60

Gatinho do 51

o que seria
da minha vida
se
eu não tivesse perdido
o primeiro ônibus
e não tivesse pegado
o seguinte
estressado
cansado

o que seria
se você não tivesse sentado
ao meu lado
e eu não tivesse puxado
um assunto
sem nem saber
o motivo

o que seria
se você não tivesse engatado
na nossa conversa
boba
que começou tímida
e terminou com um sorriso
safado

nesse dia
rolou
uma sintonia

Conrado Miguel

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FALTANDO UM DIA PARA O FIM DAS INSCRIÇÕES
OS POEMAS ESTÃO FERVENDO

Poema N°46

CHOVE

Chove, chove, chove
Lá fora chove
E ao som de águas
Gotas, perfurantes me atormentam

Chuvas, chove, chuvas
Meu aparelho recebe mensagens como que chuvas
Tormento sem trégua. Solução!
Desligar com um simples botão.

PauloThiago

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Poema N°47

Nao teima com seu probrema.


Eu, pô, é, ti conto um poêma
muito ruim, que da até pena
de quem escreveu.

No entanto quem leu
ficará admirado
com meu eu, eu pô,
eu!

eu me vejo em mim mesmo
no si do ser, sendo,
(que) seria, será, sereno
sou eu no esmo.

Eu, pô, é, ti co-nto um tema
pô, êma...ema ema ema
cada um com seus probrema

pois, tire à tema,
se quer ter o meu,
se já basta o teu,
tema, probrema, poêma.

Ronesle

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Poema N°48

POESIA SEM PUREZA

EU SOU SEM PUREZA
E SEM DELICADEZA
JÁ NÃO SOU VIRGEM
E VIVO EM CONSTANTE CRISE
NÃO SEI MAIS O QUE É VIAGEM
JÁ QUE O DINHEIRO NUNCA SOBRA
MAS SEMPRE FALTA
E FAZ FALTA
EU SOU PROFISSIONAL
MAS ACREDITO QUE JAMAIS SEREI RACIONAL
SOU PROVIDENCIAL
COMO DIZEM POR AÍ:
PAU PRA QUALQUER OBRA
AJUDO A TODOS
E NÃO VEJO UM VINTÉM
SONHO ACORDADA
DURMO APAIXONADA
ACORDO DESESPERADA
LUTO PELO PÃO
COMO UM CÃO
TRABALHO NA CHUVA
E NO SOL
BUSCO
PROCURO
ENCONTRO
MALHO
ENGORDO
MALHO
EMAGREÇO
MALHO
RELAXO
ME DIVERTIDO
ENCONTRO FALSOS AMIGOS
MALHO
SEI DE TUDO
E NÃO ME PREOCUPO COM ABSOLUTAMENTE NADA
SEMPRE QUE ME IRRITAM
JOGO O LIXO FORA
E CORRO PRA FORA
AMO
VIVO
E ME APAIXONO CADA DIA MAIS

(MARIPOSA APAIXONADA DE GUADALUPE)

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Poema N°49

CANTE

Se está triste, cante,
Se está alegre, cante,
Os pássaros cantam,
O vento canta,
As águas dos rios e mares cantam,
Então, vamos, vamos todos cantar e encantar os nossos corações.

Queiroz


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Poema N°50

VIDA

Essa vida maldita e bendita
Essa vida que vira e revira
Essa bendita vida que é vivida
Essa vida que é sofrida mais vivida
Essa vida, maldita, bendita, sofrida vivida
Mais essa, essa sim é a minha vida.

Queiroz

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Poema N°51

 ECO

Egoooo
Egoo-o-o
Egoo-o
Ego-o
Eo-o
E-o
Eo
Eu

Id-Amin

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Poema N°52

Como Ser Eu?

Tenho tantos alter egos
Mas tantos alter egos, que me esqueci do ego original.
E fiquei à margem de mim mesmo.

Marco, o original

domingo, 23 de novembro de 2014

NA ULTIMA SEMANA PARA AS INCRIÇÕES, OS POEMAS NÃO PARAM DE CHEGAR

Poema N°41

Liberdade

Foda-se os padrões,
Foda-se o caralho.
Eu quero é dormir
Nesta cama de orvalho.

Fidirico fi di Fidirco

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Poema N°42

Arrogância


Quanta ignorância.
A que ponto chegou
a intolerância!

Fidirico fi di Fidirco

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Poema N°43

PERDIDA


Já sei coisa demais nessa vida....
Não preciso conhecer todos os caminhos.
Desconhecer é uma forma de permitir que o outro te conduza.
Então me dê o braço, me dê a mão, um abraço ou uma carona.
Me mostre o caminho... mas venha comigo!

Conceição Raquel

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Poema N°44

TODA HORA


Senti uma vontade imensa de ter você em meus braços.
Beijar sua boca, tocar sua pele.
Isso não me era permitido.
Compromisso, deveres, sociedade, trabalho, tempo, estudos.
Existiam obstáculos demais.
Mas você quis e eu também
E vivemos uma coisa doida... forte.
Cheias de suspiros e de fome.
Cheias de vontade e de sono.
Cheia de sexo e poesia.
Na noite. Que poderia esconder dois corpos negros que se desejavam além das convenções sociais. Que se conheciam e se desfrutavam. Que aguçava o outro só por existir.
Que tinha no ritmo e na dança, no sorriso e nas pernas a grande diversão... inversão... invenção... profissão.
Que tinha no abraço a súplica, no beijo a promessa e em lugares obscuros a concretização do que se desejava a anos.
Companhia cumplicidade ideias em comum. Vidas opostas... outros sujeitos... outras histórias... trajetórias divergentes... e nosso tempo... passou....
Passou e carregou consigo minha coragem.
Passou e carregou consigo a sua determinação.
Mas deixou dentro de mim um gosto bom.
Meu medo não quer mais permitir.
E você aceita, concorda... respeita?
E eu repito prá mim que não posso prá evitar ter coragem... evitar querer novamente.
E você (prá me matar, quebrar o que me resta de sensatez, estraçalhar meu bom senso) se promete meu quando eu quiser. Toda hora.
Na cabeça o respeito. Um vazio no peito. E na boca a vontade de dizer “aceito!”

Conceição Raquel

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Poema N°45

O Uirapuru

O amor...
Bicho estranho louco desvairado,
Se finge de santo mas é puro pecado.
Se esconde no meio do mato,
Olha, assunta e muda a forma - formato.
Você corre, o cerca.
Ele pula, voa e as vezes parece ri.
Mas agente incansável corre de novo, pula com o racional envolto - entorno de nós e nada.
Fico escondido num canto a espreita e ele me bica por trás e me faz sentir essa cruel dor.
Sento e desanimo
E a navalha com seu fio fica enterrado na alma.
Foi-se embora a astúcia.
E esse bicho estranho que achei que já era extinto existiu
Como um Uirapuru
O bicho do céu azul que canta
No mato para que o resto se cale
E deixe que as plantas do mato exale seu perfume.
Mas ainda fico na espreita a procura-lo...

Scapino

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MAIS ALGUNS POEMAS QUE CHEGARAM 

Poema N°36

EU LHE DAREI O CÉU MEU BEM

Quando eu nasci,
Deus soprou no meu ouvido
Vá meu filho
E  me represente
Me divulgue,
Sempre
Em todas as ocasiões
Mesmo quando estiver escovando os dentes
Com uma pasta nova
Ou quando
Estrear uma roupa de  cama.
E deitado sobre os travesseiros
Sorrir de felicidade
Registre no seu face book
Cada minuto de seu dia
Lembre-se
Você está me representando
Nada é  desimportante para  o escolhido
Sua função
É manter sua imagem
Onipresente
Lembre-se
Sua imagem
É a minha imagem
Abra mão de sua privacidade.
Esqueça que
O primeiro encontro com a  amada
Possa acontecer  entre quatro paredes
Ou num barzinho de periferia
Que ninguém  freqüenta
E quando nascer
O primeiro dente
De seu primeiro filho
Divulgue meu neto
Rindo, chorando
Não importa
E também
Seus primeiros passinhos,
E aquela festinha de comemoração
Porque ele
Parou de usar fraldas
Tudo será motivo
Para uma divulgação
Até mesmo  um dia de faxina
Quando a esposa estiver viajando
E você como bom marido
Vassoura na mão
E pano de chão
Quiser lhe fazer uma surpresa
Faça isto
Meu filho
E como prêmio
Eu lhe darei o céu
Meu bem
E o meu amor
Também
                     
Roberto Carlos

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Poema N°37

Gente reciclada

Segui no tempo, fui vã
No retorno me entreguei
Como chuva temporã
Na rua desaguei

Me fiz enxurrada turva
Absorvi muitos entulhos
Fui lixo na curva
Cacos em embrulhos

Pelas entranhas do submundo
Tornei-me parasita no imundo
Senti a carne em sangue vivo
Provei do fogo quente do crivo

Bebi o amargo das dores
Regurgitei micróbios em flores
Passei pela máquina da transformação
Estava no caminho da superação

Trouxe da natureza a humildade
Feito parafuso em aperto e regulagem
Recebi o selo de sustentabilidade
Da vida sou peça de reciclagem

Savana

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Poema N°38


Às vezes a tristeza é poesia
Versos nem sempre são feitos de alegria
A tristeza nos dá o efeito das sombras
Uma bela fotografia não se faz só de luz
Como o chão com alfombras
Ou o mártir e a cruz

Savana

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Poema N°39


animal dentro do homem é bicho
homem dentro do animal é fera
lobo em pele de cordeiro
cordeiro em pelo de onça
animal dentro do homem se solta sem avisos
homem dentro do animal se aprisiona na rigidez da pele
homem é bicho fera
fera é bicho homem
tanto faz, enfim
bicho ou homem
em pelo ou pele
são feras sim

Savana

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Poema N°40

ASSASSINOS DO PRESENTE

Em cada fio de faca
pesada de solidão,
em cada dente do pente
que resvala em teus cabelos
somos assassinos do presente.

Matamos a raiz, hereditária
na construção genética.
Sorrimos ao matar.
Gargalhamos no cair ao chão
um corpo frívolo e casto.
Matamos ao seguir em frente.
Ao badalo do sino
da Matriz.
Somos assassinos do presente.

Ladrões do passado,
covardes do futuro.
Cadáveres do tempo, presos
à ampulheta verdejante
de corpos gastos, que caem e serpenteiam
como o pente.
Matamos o homem, a mente,
o corpo, o tempo, a cor indiferente ao corte.
Somos assassinos do presente.

Matamos o vácuo ordinário e frio
de grau, degrau, degradante.
Se caímos ao subir? Persistir ? Matar?
Com que arma? Com que voz?
Sim! Não! …. não, sim !
São gritos alucinantes, cobertos de
nostalgia num olho demente.
Somos assassinos do presente.

Combato o diafragma.
Dia..
Fraga..
Mar...
Descemos nas descargas do momento
com a podridão entre as narinas.
Meninas? Meninos!
Mas que belo rebanho de gente.
Mas que belo par de dentes,
prontos, a espera de mistificar
ou talvez arrancar.
Entre as paisagens frescas e neutras
um belo rebanho de gente
Matamos ! Porquê ?
- Somos assassinos do presente.
Basta !!!!

À fúria bestial do ser ausente
prefiro a saudade à presença.
- Que tal presente ?
“ Nem nunca o cavalo de Tróia
cavalgo a esmo”, matamo-lo
madeira à pedra jogada entre
parênteses.
Grito com a maior força dos deuses,
dos ordinários, dos vis, dos monstros,
dos covardes, dos mortos, dos descrentes,
das feras, das vulgas, das castas.
“ Somos assassinos do presente”

- BASTA !!


Menotti