quarta-feira, 5 de novembro de 2014

E os poemas não param de chegar



Poema Nº6


Meu último desejo

Quando eu morrer
Eu quero choro e mais vela
E uma fita amarela
Gravada
Como fui bela.


Gisele B


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Poema Nº7


O vencedor

Eu sou eu
Eu sou mais eu
Eu sou  eu e mais eu e mais eu
Eu sou eu e mais eu e mais eu e  mais eu  , muitas vezes eu
Eu sou só eu.


Einstein


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Poema Nº8


Deus

Ate hoje.
Nunca vi ninguém como eu
Tão inteligente
Tão original
Tão belo
Tão perfeito
Tão  criativo
Tão perspicaz
Tão brilhante
Tão  bem sucedido
Tão bem resolvido
Tão empreendedor
Tão amado,
Tão idolatrado
Quando chego em algum lugar
Sou o alvo de todas as atenções
Arrebato  todos os corações
Sou capaz de realizar o impossível
Sou tudo,  tanto e tanto
Que chego a ser previsível.


Arcanjo Gabriel


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Poema Nº9


Sei que sou inteligente

Eu não entendi porque ele me chamou de burra.
Nunca ninguém me chamou de burra
Nem quando eu era pequena e custei muito a aprender a ler
Nem quando eu errava nas contas de somar, mesmo as mais simples.
Nem quando  eu  ia comprar balas na quitanda e sempre aceitava o  troco errado.
Nem quando eu  custei a aprender o caminho de volta da escola para  minha
própria casa
Nem quando  eu  não conseguia decorar os nomes dos estados do Brasil e das
capitais.
Nunca ,nunca ninguém me chamou de burra
Nem quando eu não passei  no vestibular depois da 5ª tentativa
Nem porque eu nunca  consegui aprender  a andar de bicicleta
Nem de patins.
Nem  porque  eu  nunca consegui tirar  a carteira de motorista
Nem porque eu  custava a entender as piadas  que contavam  na minha família, e
todos riam antes de mim ,  e  depois, perdiam muito tempo em me explicar o
porque da graça.
Nem porque muitas vezes , apesar das explicações, eu não  entendia qual era a
graça  e todos riam,  porque eu não entendia.
Mesmo assim.
Nunca  ninguém me chamou de burra
Eu nunca me achei burra
Tenho certeza de que não sou burra
Certeza absoluta
Eu me acho muito inteligente.
Inteligente mesmo.
Muito mais do que ele.
Então porque ele me chamou de burra?
Esta  eu não entendi.


Alice W


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Poema Nº10

Desabafo do meu  eu  poético angustiado


Estou num conflito enorme.
Por mais que eu tente,
Não consigo escrever um poema ruim.
Todos os que escrevo são excelentes.
Mesmo que eu possa  enviar um excelente poema
Admitindo  a possibilidade de sensibilizar os jurados
Com minha escrita brilhante, inovadora e  sempre original,
E  fazendo-os rever o  próprio conceito da  Bienal dos Piores Poemas
Me premiando pelo menos com um  hors-concours
Não é isto o que me interessa
Meu desafio seria  escrever  um poema muito ruim,
E  ,contrariando  minha relação  ideal com  a literatura
Ganhar o primeiro lugar com  o pior poema de todos.
Vencer a Bienal dos Melhores Poemas
Já não me interessa mais,
Sou sempre premiado, como o melhor dos  melhores.
Em qualquer concurso.
Isto desde criança quando já me consideravam um pequeno gênio.
Aprendi a ler  antes dos  dois anos.
Primeiro, reconheci as letras :
ma-mãe, depois pa-pai , depois nen-nen e  um pouco depois coca-cola.
Fui muito aplaudido por estas façanhas intelectuais
Pois nesta época ,eu ainda  engatinhava e  mal começara a  falar.
Mais tarde quando me formei em Literatura Comparada,  
Redigi o discurso da formatura  de minha turma
E fui  o orador mais aplaudido  dos últimos 20 anos.
Pediram que meu discurso fosse publicado
E  que servisse de referência  para os futuros oradores.
Isto foi  só o começo de uma carreira brilhante.
Não posso reclamar.
Sempre sou muito bem sucedido
Parece que nasci para ser aplaudido.
Mas agora estou perdido diante deste desafio
Para mim inédito.
Como escrever um poema ruim?
Confesso que estou profundamente angustiado.
O que fazer?
                                                    
                                                 Idy- Ota


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Poema Nº11

DESAPRENDENDO-SE


"Desapeguei de desapegar. Não vou mentir porque se não me traio e se eu traio eu não minto. Cansei de tentar ser o exemplo sempre. Às vezes sinto coisas que até eu duvido. Pra ser feliz é preciso saber deixar doer. Porque de tão feio acaba se tornando bonito. E é assim que tem que ser, por não ter como não ser. Deixa viver."


Ajúdice


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Poema Nº12

RECOMEÇAR-SE


"Eu me desesperei. Meu corpo tremeu, as mãos gelaram, coração palpitou. Achei que enlouqueceria ao pensar em morrer de dor. Tive pena de mim. Quis chorar toda dor do mundo. Mundo injusto, mundo duro, perigoso. Como o mundo adoeci. Então pensei que serventia o medo tem? A impotência que bem faz? Engoli o choro, obriguei o coração acalmar. O frio na barriga não passou. Mas a vontade de fazer parte do mundo que não quer ser esse mundo viveu em mim."


Ajúdice


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Poema Nº13

Ser


Ser ou não selfie


Eis minha questão


Shakespirito


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Poema Nº14


Sou fogo, sou Paixão


Eu sou a luz, sou raio estrela e luar,
Manhã de sol, meu iaiá, meu ioiô
Eu sou meu sim, e nunca meu não,
Quando tão louco, me beijo na boca
Me amo no chão.


Me sujo de carmim, eu ponho na boca o mel,
Louco de amor me chamo de céu
E quando saio de mim, levo meu coração,
Eu sou o fogo, eu sou a paixão!


Eu sou luz, sou raio estrela e luar,
Manhã de sol, meu iaiá, meu ioiô
Eu sou meu sim, e nunca meu não,
Quando tão louco, me beijo na boca
Me amo no chão.


Me suja de carmim, me põe na boca o mel,
Louca de amor me chama de céu (oh oh oh)
E quando sai de mim, leva meu coração,
Você é fogo, eu sou paixão!


Quando tão louco, me beijo na boca
Me amo no chão.


Quando tão louco, me beijo na boca
Me amo no chão.


Euwando


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Poema Nº15

Existencial


Tu pensas, logo desisto.


Ele pensa, logo resisto.


Nós pensamos, logo demito


Vós pensais, logo desminto.


Eles pensam, logo vomito.


Eu penso, logo existo.


Descarto!


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