sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Poemas vencedores

1º LUGAR

Ode à Nau

Sensacio - NAU!
Sobrenatural - NOW!
Transcendental - NOW!
Surreal - NOW!
Filosofal - NOW!
Atual - NOW!
Canibal - NOW!
Descomu - NAU!
Imperial - NOW!
Brutal - NOW!
Conceitual - NOW!
Especial - NOW!
Fenome-NAU!
Ani- MAL!
E no fi- NAL...
NOW! NAU!
 Walmir Sávio
2º LUGAR

Tradicioanal sexo transcendental

Para um bom sexo oral
Uma transa transcendental
Mas antes do bacana bacanal
Use um bom creme dental
Também não se esqueça
Do básico fio dental
E para um quente sexo anal
Aquela xuca tradicional
Kennia Gulosa dos Santos

3º LUGAR
O LOBISOMEM DE COPACABANA

Ele uiva no mar
Ele uiva na praia
Ele uiva no calçadão

Ele não uiva
nem pra Peter nem pra Paul
Ele uiva
pra José Maria e João

Ele uiva com paixão

O Lobisomem de Copacabana
não bebe uísque
bebe cana
se cansou de ser do mal
é querido, é bacana
E tem mil gatinhas afim
Anas, Giseles, Clarices
Abraços e beijinhos sem fim.

O Lobisomem de Copacabana
não precisa atacar
se tá nervoso ele deita
na beira do mar
chama Iara e se acaba
de tanto sonhar

Auuuuuuuuuuuuuuu!

Francisco Apocalypse

MENÇÃO HONROSA 

1 - Maria das Trevas

Debuxadura de um feminino
Parida de uma megera em fúria
Uma das três foi ela
Desde cedo anoiteceu a manhã da menina
Maldita e espantada por bocas velhas de línguas banguelas
Aos do lado era sempre escurejada
Pensavam: que era uma espécie de múmia de olhar acravado
Sentiam: como se tivesse uma alma fóssil.
Viera natimorta com o azarão do sopro da vida
Uma alegria vazia sobrou do seu sumiço
Foi aos escondos da ensimesmação e não voltou

De alma boa, mas que não se salva
Pôs em pedaços o destino
Derivou em horas cósmicas
Em quilômetros negros
O sol fez do mar um sal
Do pingo calcário surgiram duas pontas
Hordas de tudo foram e não voltaram
Prógonos findaram seus óvulos criativos
E pronotos piscaram em lumens infinitos
De tudo passou pelo furo desentupido do tempo
Solas de couro moeram-se no cetim dos labirintos

Hoje sabe-se que é de cãs carvoentas
Predição de andorinhas no escôo dos fumos
Enfrentando diariamente as braças no fornilho
Impedindo a corredeira da ardência
Numa guerra estertorosa sobre a chapa ferrugenta
Por anos queimados
No mais profundo dos fundos

Aos narizes sonolentos, prudência!
De lá! Cá não sei bem aonde, mas vêem
Emanam suaves lembranças da lenha
Nos mil olhos das fuças que se esterçam
Sentindo as misturadas nos ventos do avesseiro
Existe de certo, mas ninguém encontra o fundamento
Mais que estranhos acossos enovelados
De ter a certeza de perder um meio-dia inteiro
Para o fado do foitoso que tenciona a procura

Querer ver o tijupá é um sonho mal dormido
Não se tem notícias de como é, foi ou se é um futuro
Desvairam uns que dizem saber na dúvida
Se no contra do oco da gameleira
Se na lura do xenartro
Com entrada esgarçada na mão e colmatada pelo musgo
Ou ainda na panela de quase uma jarda mal medida
Com borda amontoada de bolego, feito peão charrua
Um grifo que não se mostra em livro
Lugar que não vai ninguém

Inventam uns, sem propósito ou cargas d’água
Que o estrupício parece um berbigão sem concha
Parece difícil, mas que valha essa tal coisa medonha
E que firmem na afirmação que até voa
Com umas secas asas tingidas cor-sangue
Que precisam ser hidratadas para dar sustentação
Como vela de jangada, só que na maldade
Pois precisa de imolamentos de gargantas
Para distender a nervação da gárgula antes dos seus passeios
 
Aos olhos? Só a poeira dos presunçosos
O macaco é que tem na austeridade dos galhos
Na proeza fugaz do ir e vir
O testemunho mudo dos seus gritos
Por ouvir calado o medo na cara dos brutos
O deságüe dos risos sem dentes que espantam os bichos
Daquela que ninguém vê. Aquela que se fala demais
Aquela que a balança não pesa mais
Ou vez em quando na barulhada das tralhas
Pra servir a bóia dos de confiança
Uma animalada que surge feito mandraca
Uns meio de fininho, mas que brigam por não sei o quê
Madrugadas bordadas de ganidos
Ela ri um riso franciscano
E eu?
Ainda acredito.
Xamps Lumbra

 
2 - Petit  Mort

ela quer andar de mãos dadas
com a lolita que lhe deu sorvete
tem os peitinhos cor de pitanga
e mora no vale do loire

ela quer pegar na cintura
da mestra esbelta e ruiva
que fuma debaixo da chuva
nas escadarias da notre dame

ela quer beijar a vulva
da dançarina do moulin rouge
que morreu afogada no rio sena
e reaparece nas noites de lua cheia

ela quer chupar os seios
da vampira que saiu do filme
e acariciou suas coxas brancas
entre os túmulos do père lachaise

ela quer passar a mão na bunda
da dama de roupas negras
que vaga sem cabeça pelas ruas de paris
foi guilhotinada na revolução francesa

ela quer entrar na tela do italiano
masturbar a mona lisa
e sair limpando os dedos
nas saias das bailarinas de degas

ela quer cheirar a calcinha de frida kahlo
e depois se deitar com ela
no quarto amarelo de van gogh
o seu desejo não tem juízo

ela quer morder o pescoço
das prostitutas de lautrec
gozar na boca da vênus de milo
e enfiar a língua na origem do mundo
Cindir

3 - O VISITANTE NOTURNO

Numa noite fria  de inverno, escura , e silenciosa
Ouvi de repente ao longe, soar um ruído estranho
Lentamente abri os olhos devagar,e temerosa
Cobri parte do meu rosto e  quieta fiquei observando

Chovia fino
O vento assobiava
As janelas rangiam
A coruja piava

Com os olhos semi –cerrados, apenas  entreabertos
Percebi  apavorada de longe um vulto  passando
Tinha um corpo  branco difuso, os movimentos espertos
Olhos  fundos, encovados e longos cabelos castanhos

Com  passo lentos e respiração e fria
Aproximou-se suave e segurou-me pelas mãos
Minha cabeça  de leve sacudia
Apertando  com força o  meu coração


Por que temes  a morte e não a sorte?
Disse-me então com voz rouca, e cavernosa
A morte é certa, tolinha, a sorte duvidosa,
Injusta  cruel, sorrateira e caprichosa

Tão rápida  e ligeira , breve como o vento
A forma estranha   num instante se esvaneceu
E eu  tomada de espanto grande parte do tempo
Parada  fiquei  pensando como isto aconteceu
(Ismália na torre)

4 - Hard, o era

Poltergeist
    podcast
Win
    dows
Fantasma,
    fantoche
Mac
     intosh!
Mac
     umba
ghostbusters
          grands
busters

5 - Exe.orcista
Susto

Buuuuuuuuuuuuu!!!!!!

Fantasma

6 - Trocadalho: Vampirismo, narcisismo & misticismo na Transylvania

O Vampiro Narciso pouco medo tinha
de cruz, de alho, água benta e profecia
Mas um pior pavor ele tinha,
Olhar para o espelho e não ter sua imagem refletida .
Ex-Conde Drácula

HORS CONCOURS

minas gerais
estou sem poesia
que seja digna
de suas ondas
seus mares de morros
suas meias laranjas

minas gerais
estou sem poesia
que seja digna
de seus trotões
seus cascos
cravados na terra
seus matos-espaços
morcegos-cavernas

minas gerais
estou sem poesia
que aporte
ou que fuja
que voe
ou ancore

nenhuma palavra
é capaz de imitar
o ocaso laranja
rasgando as saudades
Ana F.

Prece

aurora, hora dos mortos
galhos secos estalam
ventos de extrema-unção.
Maniqueas

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