segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Encerrada as inscrições de Poemas

Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 59

Siamed abias oãn ue ueq odnum essen adan met oãn e sárta sona lim zed ah icsan uE.

Um dia, numa praia do Havaí
a procura de aventura e de Patrick Swaze,
me deparei com Elvis Presley sentado na areia.
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim
I was born about ten thousand years ago,
And there's nothin' in the world that I don't know;
I saw Peter, Paul and Moses,
Playing ring-around-the-roses
And I'll whup the guy what says it isn't so
Strawberry fields forever
Me entregou um papel com espécie de anagrama, pegou a prancha e partiu
Certa noite pós reencontro com Linda Blair,
Shirley Temple, Macualay Calkin e Maysa.
Caroline já não era mais a mesma.
Sonho com esse velho homem barrigudo
Que conservava um rebolado cansado.
Não sei senhor deus dos pop star legendários
Mais famosos que cristo
Se é loucura
Ou se é verdade
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Se toda aquela pélvis era real
Não sou nada e não sei de nada
Só quem matou Odete, Salomão Aiala, Juca Pirama e Lineu.
Mas sei que vi
Meninos eu vi
Numa velha tarde de domingo,
Tremendo Carlos sempre foi mais rock ‘n roll que Roberto
E o que não era americano em Raul Seixas era baiano demais.
Eu vi. Elvis estava ali.
Nem quando estive em Salvador.
Besouro suco
Besouro suco
Besouro suco
Não tem vez na terra de Caimy.
Nem Charles Manson
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém.
Ninguém lê o corão.
O Havaí. Era ali?
Tupi or not tupi.
Salvador Dali.

 Elsie Wright da Bahia
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 60

Poema da menina e seus castelos
“ O Pai: Por que minha querida, linda e maravilhosa filha, você está aí no canto do seu quarto, que pra mim mas parece um castelo, arrancando os cabelos, cortando os pulsos, queimando suas bonecas e xingando tua adorável mãe?
A Filha: Eu detesto leite desnatado, detesto!!!!”
Cão de lágrimas

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 61

Alice

Um disco voador me disse
pra não comer Alice
ignorando toda ética
sabuguei-lhe a groselha
e Alice sorriu baixinho
enquanto tirava terra do buraco

O Torresmo
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 62

ET

És tê maiúsculo
És tê vigoroso
És tê longilínio
És tê alfabético
És tê brasileiro
Como podes então ser sério?

O Torresmo
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 63

Bruxa do 71

Ó bruxa encantada
da porta alada da vila distante
Ó bruxa danada
do cantar redundante
me dê mais uma rima
pra continuar o quanto ante

O Torresmo
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 64
O misterioso rabo da mata

Eu vi um rabo queimando
eu vi um rabo
eu vi um rabo assando
eu vi um rabo
na mata escura dançando
eu vi um rabo
feliz como casca de nabo
eu vi um rabo
na moita escura uivando
eu vi um rabo
na noite amando
um galho seco
Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 64 ele estava beijando

O Torresmo





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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 65

 SOBRENATURAL
(pesadelo de madorna)

Não era de Miguelangelo,
nem da legião de Arcanjos.
Sobressaltei-me.
Com medo acordei.
Aquilo...
abriu a boca tanto
que rasgou-se nos cantos
provocando espanto
em Deus Pai,
no homo-sapiens,
e no simplório, funesto e obtuso satã.
Ali, tudo que não tinha vida,
exultavam afoitos com suas vozes confusas
e no asco se fazia pranto.
No pavor de gritos desesperados
desencarnavam-se do além  mundo e covardes,
se embrulhavam no sudário manto.
Na frieza,
o sorriso sarcástico, arfante,
atiçavam o malacafento arrepio
nas carcaças tremulantes;
e o furor dos espectros penados
deslumbravam-se com o vento lufado e cortante.
Na álgida bruma de um cataclismo,
ouvia os estalos de lampejos fulgurantes.
Surgiam carântulas e seres imolados; uma legião de anômalos;
coxos que forjavam arcanos
e entoavam na voz, urros, gemidos, murmúrios... berros, mugidos e sussurros. 
E tudo se fazia no marasmo.
Na fleuma
do aconchego de um berço casto
prosseguia o sono dos ímpios,
dos hereges dos céticos e néscios.
Sem licença ou permissão, mas,
com ingerência atrevida;
como se a tudo tivessem direitos,
não limitavam bocejos, arrotos ou flatos.
Aninhados e alheios ao burlesco
com permissividade grotesca;
não se admoestavam.
Arrogantes hibernavam e,
descerravam impávidos as trevas.
Com os olhos dissimulados,
mas, replenos de agouros e presságios exibiam o rude o tosco e o nefasto, não consideravam a ausência do arco – íris,
nem a pureza dos matizes
ou o encanto da aquarela...
Porém, com ironia e escárnio,
espalhavam as cinzas dum velho borralho que ainda ardia no breu do ocaso.
E eu, letárgico, exausto e fatigado
num derradeiro suspiro,
me via no ermo delirante.
Percebia minha sudorese, o torpor,
minha aguçada aversão e a repugnante apatia.
Contudo, meu coração fulo descompassado pulsava.
insistente acelerado ainda batia.

Camilão

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 66

O MODERNO DILÚVIO
PERSPECTIVAS DE OUTRO COMEÇO DO MUNDO
Trilogias iniciáticas Universal
O Desejo de Ser Deus
O Homem Está Acabando Com o Mundo

A última estrela já desceu do céu;                                                                                                                                                     
o sol e a lua já tomaram forma na terra;               
as águas dos espaços caíram
e os sete mares se fundiram.
O oxigênio é palpável,
com partículas e fragmentos em suspensão.
Asteróides, meteoros, cometas e astros;
todos se agrupam num só corpo.
Tudo está tão quente e já não tenho lugar;
apesar de meu coração ainda pulsar quatro por quatro...
Tudo está preste a se transformar!
Somos, eu e minha sombra a chama- piloto;
eu sou mais um dos sobreviventes.
Evito aquele inocente corvo que foi a cobaia;
nem precisarei da mensageira pomba
para me trazer um ramo de oliveira e a cobiçada bonança.
Porém, Isso é bom;
para não dizerem que foi mais um plágio,
copiando a mesma história.
Dentro da minha odisséia,
o arco – íris é um simbolismo fabuloso!
Minha estória é moderna,
pois, eu não tenho uma arca.
A minha esperança não são animais.
O meu trunfo é simplesmente um iate.
Não fui escolhido; nem enviado pré-monitor!
Imponho soberania e arrogância;
intransigência e petulância.
Minha expectativa é tão gélida e pálida,
que a minha estória já está infestada:
tuberculose, malária, lepra, cefaléia, tifo, câncer e AIDS,
são os vibriões hígidos no bornal.
O começo do mundo foi maravilhoso.
O que foi um espetáculo sideral,
cientificamente foi uma explosão de tantos gases e estilhaços,
que dos quais se fez o novo mundo.
Entretanto, aliás, é a teoria da evolução que peleja na conjectura.
Não lamento pelos demais que aqui habitam.
Luto com as armas que tenho,
ódio, ira, revolta, tristeza, insônia, dores, tédio e vergonha foi tudo o que restou.   
O luto negro é uma simples evasiva que
dissimula a minha insurreição;
disfarçando a traição com minhas indumentárias,
ludibriando os néscios homens descompromissados com a vida,  
mas, atentos às suas luxurias e dóceis vidas.
Opero com perspicácia e sorrateiro,
para não me culparem da iminente catástrofe.
Embora a minha sombra possua a ínfima e abstrata noção do meu pernicioso intento;
do meu lesivo e maquiavélico raciocínio...
ela não pode me impedir.
Não haverá como antes, uma suposta explosão metafísica ou o Gênese, onipotente e onisciente;
mas, inércia, estagnação e  nulidade;
talvez lamúrias e rancores análogos
e as dores das chagas geradas pela endobiose,
proliferadas nos pulmões, rins, epidermes, cérebros, baços, corações e sangues: venosos e arteriais.  
Todavia, avaliar a probabilidade de mais seis dias de árduo e laborioso trabalho;
outro sábado para o merecido descanso...
haverá de se arrancar do pó contaminado,
homens sensatos,
e das suas costelas a povoação do novo mundo.
Embora, com toda ironia e crueldade humana,
ignorarias a Vossa supremacia,
 pois que, denotaria paciência e resignação com a Vossa recriação.
E não há outro jeito!
Não há um só espaço na rosa-dos-ventos,
que me insufle otimismo para mudar o rumo desastroso por mim programado;
que me provoque uma perspectiva condoída;
nem mesmo a utopia, a quimera ou a fantasia,
de deletar tudo isso que me cerca,
que tanto me fere, impõem, exige e oprime.
Semearei como insano todas as epidemias,
timoneando este iate infeccionado,
exalando os odores da purulência em degeneração.
Quem sabe assim, renasça a esperança de um novo elo onde não haja a necessidade de se derramar o sangue para provar a nova aliança
e aprendamos a dar o real valor na confiança
que outrora o Criador depositou no homem.
E que no dia seguinte possamos ver
oceanos sem manchas ou singrados por mísseis,
meu organismo sem césio e o verde sem cinzas.
Que tua criatura não destrua a Vossa obra;
atuais valores em decadência e a usura desprazível que aniquila a auto-estima.
Terra farta, matas virgens, verdes mares,
e o ar capital. 
Bens que não nos pertencem, por quanto,
nunca nos pertencerá.

Camilão

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 67

À Noiva

Só depois da meia-noite
Quando apenas zumbis estiverem
Poderei visitar-te,
Noiva proibida

Não saberia teu nome
Entre tantas vozes
Canso-me deveras
Ouvir zumbidos

É muita luz
Quero a escuridão
De tua cova
Podre

Podre que sou
Podres que somos
E só eu e tu, Noiva
Admitimos.

Noiva Proibida

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 68

Sinto Frio. Sinto fome.
Sinto saudade. Sinto sufoco.
Sinto medo. Sinto você.
Sai de mim enconsto...!

Guigo Vieira
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 69

Uma ajuda do outro mundo

É  noite, tento escrever um poema,
estou com  muito sono,cansado,
mas o sono atrapalha meu pensar,
de repente batem em minha porta.

Levanto de onde estou,vou atender!
Atendo a porta , meu deus que susto!
Na minha frente vejo Saci-Pererê
Dando altas e sonoras risadas,

Deixo o Saci entra em minha residência
Batem de novo na porta,vou atender:
Mas outro susto, meu deus do céu
Dona Cuca Jacaré aparece de repente,

Deixo Dona Cuca entrar em minha residência
mas outra vez batem em minha porta,
Já assustado vou atender a porta
Seu lobisomem peludo pedi para entrar

Já refeito do susto, atendo outras vezes
Curupira protetor das matas
Iara mãe  das aguas, corpo seco malvado
Corpo -seco malvado rei das estradas

Mas tambem aparece o Sr Boto,
com aquele andar tão esquisito,
Caipora fumando cachimbo,bebendo
Mas o pior ainda vai aparecer

Batem de novo na minha porta,
tantos seres visitando minha casa
já não sinto tanto medo,ficou familiar
mas um ser ainda vai chegar

Bate de novo na porta,vou atender
ao atender , levei o maior susto
Dona Chupa-cabra ,querendo morder
e chupar um sangue bem fresquinho,

Minha noite, mas que noite legal
tantas criaturas em minha casa.
fazendo uma visita,conversando
de repente Mãe de ouro apareceu

Mas como sou mineiro desconfiado
fiquei na minha , meu deus
logo ouço outra batida  na porta
vou atender,abro devagar, que susto

A loura do Bonfim, misteriosa moça
Bela, branca como as nuvens
aparece em minha casa,
mas sei ela é morta,defunta,sem vida

Mas durante esta reunião,fiquei curioso
E pergunto a estes seres fantástico
a razão desta visita em minha casa
numa noite em que estou com insonia

Etodos como se fosse um coro:
respondem em bom e alto som.
Poeta ,voce não estava conseguindo
escrever um poema sobrenatural

E para ajudar voce nesta tarefa
nos seres imaginarios,resolvemos
ti dar uma ajuda,visitando voce
E como poeta agradeci a ajuda

Se tenho este poema agora,
devo a estes seres maravilhosos
que invadem nosso imaginario
e fazer a cultura de um povo

Bibinhopoeta

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 70

minas gerais
estou sem poesia
que seja digna
de suas ondas
seus mares de morros
suas meias laranjas

minas gerais
estou sem poesia
que seja digna
de seus trotões
seus cascos
cravados na terra
seus matos-espaços
morcegos-cavernas

minas gerais
estou sem poesia
que aporte
ou que fuja
que voe
ou ancore

nenhuma palavra
é capaz de imitar
o ocaso laranja
rasgando as saudades

Ana F.

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 71

À Noiva
  
Só depois da meia-noite
Quando apenas zumbis estiverem
Poderei visitar-te
Noiva proibida

Não saberia teu nome
Entre tantas vozes
Canso-me deveras
Ouvir zumbidos

É muita luz
Quero a escuridão
De tua cova
Podre

Podre que sou
Podres que somos
E só eu e tu, Noiva
Admitimos.

Noiva
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 72

O mundo vai acabar?

Se o mundo acabar,
Eu vou chorar de desgosto.
Que mundo?
sei La do que estou falando.
Tomará que o mundo não acabe ainda tenho que passa de fase no meu ps2
Mas se acabar tem que dar tempo de adicionar aquela pessoa no Orkut
Chega de escrever agora só se for no MSN porque La eu posso escrever vc,
Sem ninguém me xingar .
Chega de escrever que coisa mais chata de se fazer.
Credo estou cheio de conta para pagar.

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 73

O MUNDO VAI ACABAR


QUE MUNDO?

SE FOR O MUNDO TERRA
ESSE JÁ ACABOU PRA RAIMUNDO NONATO DA SILVA
QUE NASCEU NO PIAUÍ EM 1970
E MORREU NO DIA 6 DE JUNHO DE 2010
E DAÍ?
DAÍ QUE ESSE MUNDO NEM DEVIA SE CHAMAR TERRA
FICAVA MELHOR SE FOSSE FÊNIX
POIS ELE SÓ VIVE RENASCENDO, (DAS QUEIMADAS)
HAJA CINZAS!
E SEM FALAR DA QUARTA-FEIRA,
AQUELA DEPOIS DO CARNAVAL.
MELHOR IR SE ACABAR NA PRAIA
PELA AREIA QUENTE, FAZENDO POSE,
SEM LUGAR PARA CALENDÁRIO MAIA
POIS JÁ SE ACABOU 2010 E SE AVIZINHA 2012
APROVEITA BEM 2011 QUE TÁ AÍ, JÁ NASCEU.
ÊH POEMINHA BESTA MEU DEUS!

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 74

Cavalo Manco

Um cavalo anda só
sem égua, nem potra cotó
olha aqui, olha ali
é de dar dó
foi balançar a cabeça
ela fez pocotó, pocotó, pocotó.

cavalo sem cabeça, ó
deve ser mula, esqueceu do nó
da água benta na cacunda
do ramo de alho poró
pois na rádio a minha cabeça
faz pocotó, pocotó, pocotó

O Torresmo

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 75

Multi

M
U
MU
Multi
Multi tudo
Monte tudo
Faça Média
Entre nessa
Multi essa Média de tudo ou
Média tudo
Mas não messa com menos de dois
Multi pode
Dois é pouco
um em média o palco nada faz?
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
Gil Mento da Silva

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 76

Recente podridão

Podre
minha mão podre
podre minha vida
meus dedos, meus desejos
meus sonhos podres
meu sangue
enganos e palavras podres
e quem me fez assim podre
sem pensar como já não era nobre
nem de ouro nem de prata nem de cobre
quem me fez assim soube
quem eu era, pra que não fosse mais
quem assim que fez foi capaz
de enterrar
o que aqui jaz
de fazer do pouco que eu era, mais
mais o não, o quão, o quem
mais o eu e o ninguém
quem me fez assim foi além
tirou de mim as sensações que me faziam acreditar que tudo (!)
tudo o que aqui está
era mentira.
Nada podre mas de safira
esmeralda esperante
e assim era eu amante
de cada palavra e coisa
e rosto
e gesto e gosto
de cada dia
vivo agora um por um
arrastando o sol
pra que nenhum dos minutos demore mais do que deve
e a podridão assim leve meus dias pro sul
e o passado leve como uma pluma azul
defronte ao passado (pesado) que me faz cantar esse triste e morto fado
entrem em combate

Continuarão podres os meus dedos e meu sangue
E continuará sem casca a ferida estanque
Que ele, em mim,
Abriu.

Secreta
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 77

Namoro das sete horas no horário de verão

Eu não quero um amor de meio dia
quero um amor de fim de tarde
meia luz
que faça juz ao vento forte
e a dança das folhas que o vento conduz

Quero montar um estandarte
com as palavras que os teus olhos dirão
montar um poema com as cores da tarde
arrancar-te de ti e deixar de ser eu
ser parte do dia que não anoiteceu.

Secreta

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 78

O poema morto

Nenhuma virtude
Não ao ato
A fala solta abandonada
Não há verdades
Nem há fatos
No ato que agora há
Textura e espaço
Isentos poderes
Mesmo querendo-os tácitos
Estranhos espasmos
Cores e galhos
Peixes e abóboras mortos
Nenhuma virtude
Só o feito
Eleito e categorizado
Desimporta a vontade daquele
O jeito casto
Fingido
Rastros de uma memória
Crua
Esquecida
Aquecida com o vento
De dentro do todo
Do vasto contorno
Moldura feita pro nada maior
Sabemos de cor
O resto mímico
O rosto cínico
Aquário de espumas azuis
Deserto de luz
E nenhuma virtude
Não há o ato
Não há hiato
Laço morno de veludo
Se há escudo
Vem do presente
Moscas e bolhas
Forras enxutas
A força bruta do que acontece
O que entorpece
O acalanto manco da liberdade
O sensor franco da vaidade
A velha métrica da obediência
Porca e pobre
O gesto nobre
A consciência
A rapidez e a pausa
Qual é a causa
Nenhuma virtude
Sim há o ato
Fresco e forte
Fraco de porte
Sorte traça
Licor e carcaça
Repugnância
Ganância morta por retratos escuros
O leito em apuros
Sim ao ato
Vertiginosa consciência
Toda demência é feita no fato
o cansaço da existência
todos os quatro
contato de cor e preto
horror obsoleto
escolhas adulteradas
das últimas gotas
e falas
do poema morto.

Secreta
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 79

Delirius tremem

tremem as garrafas de cerveja
não sob um céu que troveja
mas do diabo num copo
no meio do redemoinho.

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 80

Homemdemonioh

alados
                                                                                                                             puxam os cabelos
                                                                                                                                     desperte agora!


                                                                     obesos
                                                                          equilibrados nos ombros
                                                                                vá em frente!
purulentos
  esfregam-se na língua
    anda, mente!                              mil demônios

                                                                                                                      gelados
                                                                                                                         espremem o coração
                                                                                                                           seja indiferente                                                    
                                                   bufões
                                                       sussurram nos ouvidos
                                                            amanhã, à mesma hora!

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 81

Lenda dó ré mi

Indiozinho viu a lua despencar
Desesperado, escalou as estrelas
Não a queria partida em pedaços.


Pois lá acreditava morar indiazinha
Quando dos teus braços escapulia
Mais ligeira que caminho de cupim.


Com esforço agarrou-se aos astros
Mas o pobre desastrado escorregou
E caiu no chão, os pés machucados.


Ingênuo, indiozinho não percebeu
Indiazinha não habitava o céu
Mas um macerado coração
Sim, índio bobo, o teu!

Maniqueas

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 82

Dilema

debrucei-me sobre o natural
arruinado pelo real
e caí no colo dum negro perneta
que soprou num cachimbo
saci ou não saci
decide pr’onde ir
pra cima onde tudo rima
ou pro chão sujo de razão.

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 83

Edgar que ali pôs

Num dos milhares de rostos
Esculpidos na Notre-Dame
Vejo o meu, cuspido escarrado.


Ao anoitecer indeciso sobre o cume
A igreja tem as cores alteradas
E suas sombras trocam de lugar.


Da fachada ecoam sussurros
Suspiros em brisas pela praça
Um silvo corta o céu negro.


As gárgulas sorriem sob a noite
O branco reluzente das presas
O sorriso de raiva e fome.


Ouço o concreto se partindo
Algo se desprende e despenca
Absurda ausência se revela.


A queda emenda num vôo ligeiro
Sob sereno, inevitável o encontro.
Como será o hálito de uma gárgula?

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 84

Baixa temporada

inverno
no inferno
Satã com a língua grudada
nos corpos congelados em suplício
eterno.

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 85

Deboche

o fantasma debocha
do artista desconsolado:
pelo menos fazes sombra!

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 86

Prece

aurora, hora dos mortos
galhos secos estalam
ventos de extrema-unção.

Maniqueas
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 87

Um plano

Já estás rindo?

Pois gargalhes se faz sentir-te superior.
Levantes as sobrancelhas com desdém,
Mas não te esqueças de roçar a língua nos den-
tes num gesto de sensual comiseração.


Paraste satisfeito,
Transbordando a consciência?
Prossigo então, contando.
Contudo
Peço que não me interrompas mais,
Pois me enervo e me distraio e
Não preciso que me traias.


Tua risada despropositada serviu-me ao menos
De estímulo a propósito e iluminou o depósito
Caótico, a minha mente.


Mostra que cavei fundo na resolução do enigma
Arremessado como uma lança contra mim por Deus
Que contra mim está.


Vejas lá e não rias de novo. Sim,
Deus que até então era apenas discurso, assim
Eu entendia, empalou-me a alma com sua brincadeira,
Teste, provação ou peça, como queiras.


Teu riso desconsidera minhas palavras
Pois me conhecias como ateu de carteirinha
Com foto três por quatro e atuação subversiva.


Te advirto


Ele não apenas existe como não somente observa,
Mas intervém segundo a visão do todo, do Homem,
Mas também do insignificante particular,
Um homem.


De seu canto, de todos os cantos
Resolveu chamar-me a atenção,
Ou ensinar-me, ou punir-me.
De que outra forma entender a minha sorte?


Dou-me agora o direito de rir.
Mais uma vez peguei na mão errada,
Teimei em subir o rio agarrado aos juncos.
Pois o cristão que perde alguém
Também perde a cristandade,
Mergulhado em revolta.
Eu perdi minha cristã, mas adquiri cristandade
Como uma sequela do trágico acidente,
Atrevo-me a dizer atentado
Daquele que não deve tentar ninguém.


Tanto é verdade que estou aqui
Conversando contigo, não?
Traumatismo cristão,
A causa do meu coma irreversível.
Pois não vivo mais, apenas vegeto,
Ou antes, apenas penso ou sonho.
Mas planejo.


Digo-te que algumas ideias surgiram
Como formigamentos no dedão atrofiado.
Coceiras no interior do umbigo.
Pontadas por trás dos olhos.


De alma atada, já que mãos não as possuo mais.
Cego de ódio e espumando más intenções.
Desejos de ponta a cabeça, o avesso do que amei.
Lembrança daquele corpo inerte,
Seu cheiro putrefato impregnado em toda roupa
Que ainda vestirei; seu gosto amargo
Em tudo que jamais provarei.


Tanta ponderação e eis a solução:
A Ele meus mais sinceros devaneios.
Cultivarei a inércia, o vazio,
Meu jardim já não florescerá
De solo rachado e seco.


De que adianta a ubiquidade para o obtuso
A onisciência para o inconsciente
A fé para quem nada espera?


Seja feita a vontade Dele e a tua.
Vejo tuas lambidas sobre meu plano.
O golpe de espírito que presencias te excita
Pois me aguardas todo teu.


Te advirto


De que te serve a alma opaca?
Teu alimento é a ruína, mas pode degradar-se
O que não entende moral por ser incapaz de conceber
O que seja possível de ser concebível?
Agora eu rio de ti.

Maniqueas

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 88

Hard, o era

Poltergeist
    podcast
Win
    dows
Fantasma,
    fantoche
Mac
     intosh!
Mac
     umba
ghostbusters
             grands
busters

Exe.orcista
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 89

O espírito de Elisa

Era uma vez uma princesa
Elisa, a falsa magra
Entre todos seus talentos
A beleza era a mais admirada
Enquanto todas eram secas
Ela era a única que brilhava

Era dia de baile
E Elisa estava feliz
Exibir sua beleza
Era o que sempre quis.

Com suas amigas viajou
Até o reino encantado
À casa do príncipe Bruno
Seu eterno namorado

Ao chegar a seu palácio
Uma noticia recebeu
Muitas princesas chegaram
E Bruno não era só seu

Mas além do príncipe amado
Outros nobres ali estavam
As luzes se apagaram
E ninguém é de ninguém


Daquela união mágica
Surgiu um lindo herdeiro
Mas gerou ódio em Bruno
E em todos seus parceiros

A esposa Dayane se irritou
Maca, o gay se aborreceu
A princesa sem sal também
E o príncipe menor foi na onda
Dos que não eram de bem

Pobre Elisa, a falsa magra
Que já era muito invejada
Corria risco de vida
Pelo filho que gerava

“Cortem-lhe a cabeça
É assim que se faz!”
Gritaram os parceiros
Que chamaram Bola, o capataz

Antes de Elisa morrer
Seu lindo filho nasceu
Poupado pelo príncipe Bruno
“Não o mate que o filho é meu”

O destino estava selado
E a morte aconteceu
Bola matou a princesa
E o dia escureceu
Cortada em pedacinhos
Seu corpo desapareceu


Mas o que era para ser o fim
Foi o início da perdição
Elisa, a falsa magra
Lançou uma maldição
Tudo que rodeava o príncipe Bruno
Ia sofrer uma terrível transformação

“Um a um vão pagar
Depois que eu morrer
Vinde pragas do inferno
E sete vidas farei sofrer”

Ato II

Bruno foi o primeiro a cair
Como não podia deixar de ser
Um advogado trapaceiro
Fez sua riqueza desaparecer
Mulheres não tem mais
O sol quadrado ele vê nascer

Maca, o amigo gay
Realizou o que sonhara
Viver pra sempre com seu Bruno
Pena que em cela separada

Dayane se deu mal
E chapinha já não usa
Presa num calabouço
É chamada de Medusa

A vaidosa Princesa sem sal
De linda virou louca
Passou humilhação geral
Quando fez xixi na roupa

Ninguém era perdoado
Sobrou até para o advogado
Que pelo monstro do crack
Foi capturado
E pelos conselheiros da OAB
Foi sumariamente execrado

A maldição era cruel
nos condados onde o Príncipe reinou
O Galo foi pro buraco
O Flamengo acompanhou

Amaldiçoado pelo espírito
Passaram por seu pior momento
E quem aterrorizava
Era o fantasma do rebaixamento

Agora, o que ninguém sabe
é sem dúvida o pior
eu te digo no final
que o filho da princesa
é de fato do menor

A vingança foi cumprida
De Elisa, a falsa Magra
Seu espírito descansa no céu
Mesmo ela sendo uma puta mesmo.

Nelson Hungria
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 90

A Reza

- Perto, perdido, parei por um pontinho de pensamento. Padeci no pequeno paraíso. Mais maleável, morri medíocre. Menos mordaz, mágica manhã merecida.  Caí certo, conduzido. Caracará comeu o cérebro. Esqueci da eternidade e me encontrando, ergui. Braços, busto, bacia. Bom, o bastante, o bendito. Sagrado São Sonegado, fui tarado, torturado e caçado. Por isso eu te peço, reza!
- Eu te benzo e te curo. Amanhã seu sangue está puro.

Madame Margareth
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 91

Poeta Natural

Pego minha caneta
E tento escrever um verso
Mas fico paralisado
Quando penso no outro universo!

Drummonde

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 92

Filho de Deus

Ouço vozes do além,
Escrevo em línguas que outros não lêem
Visito espaços que ninguém pisa
Vejo almas como uma brisa
Transformo água em vinho
Multiplico os pães
No mar, abro caminho
Sobre o fogo caminho
Nasço, Morro, Renasço
Meu nome é
Jesus do Cangaço.

Lampião e Maria Bunita

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 93

Jesus

Encarnação de Deus, Filho de Deus, Isa, Isa ibn Maryam, Filho de Maria, Grande profeta, Profeta, Apóstata, Yeshua, Jeová, Messias, Mashíach, Ungido, Escolhido, Christós, Cristo, Senhor, YHWH, Filho do Homem, Rei, Rabi, Mestre, Sacerdote, Nazareno, Deus, Verbo, Filho de José, Emanuel, Cordeiro, Cordeiro de Deus, Luz do Mundo, Pastor, Bom Pastor, Pão da Vida, Pão Vivente, Pão de Deus, Porta, Caminho, Verdade, Profeta do Islã, Trindade, Verbo de Deus, Filho Unigênito de Deus, Gerado do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus, Primogênito de toda a Criação, Primogênito dentre os Mortos, Poderosa Criatura Espiritual, Rei entronizado, Arcanjo Miguel, Rei do Céu.

Wikipédia

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 94

Susto

Buuuuuuuuuuuuu!!!!!!

Fantasma
           
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 95

À MEIA-NOITE DAREI SHUTDOWN, COISA SOBRENATURAL


dedicou-se aos estudos do sobrenatural
transmitiu-nos uma energia quase sobrenatural
forças sobrenaturais
supernatural


muitas pessoas nos enviam e-mails sobre ovnis
algumas partes de arquivos inéditos do cablegate fazem reverências aos ovnis


wikileaks são ovnis


vocês acreditam que prenderam um ET ilegalmente por estupro, assédio sexual e coerção?


a informação sobre objetos voadores não identificados é tratada com reserva ou segredo pelas potências mundiais
mas isso é natural


onde está o sobrenatural?
onde está o sobrenatural?
na wikipedia?
o que é, está ou parece estar além do natural?


o wi-fi não é natural
mas o google é uma coisa
sobrenatural

a anilina
o plástico
o vidro
as camas de viscoelástico da nasa
os travesseiros de viscoelástico da nasa
ó, coisas
sobrenaturais


os foguetes de são joão
as balas chita
a caveira maia de cristal
o pirulito zorro
o castelo de greyscow

voe, ventania,
coisa sobrenatural

a maldição do boneco fofão
a maldição da boneca xuxa

coisa sobrenatural
e o disco toca de trás pra frente enquanto a boneca te enlaça com as pernas num ilariê orgástico

é uma coisa sobrenatural
o pacto do paquito com o pacote de sucrilhos
coisa sobrenatural,
eu te digo:
o jogo do copo
o capeta do vilarinho
a moça do algodão
um hamlet moderno não segura a caveirinha, não

sobrenatural é a coisa
sobre a natureza da coisa

é sobrenatural
uma coisa
sobre aquele pedaço de pão


cortando-se a si mesmo
num molho de puro poltergeist
não é uma aparição
é uma coisa
sobrenatural

repare
não faça disso um alarde
não entre nessa correria
pare


não corra, maria
não corre, cotia
não torra,Totia

porque isto é uma coisa.

é uma coisa sobrenatural.

A noiva cadáver


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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 96

Sobre o natural
                           
o apocalipse now
é agora
a psicose está no ar
é hora da mão balançar o berço
do bebê de Rosemary

As loiras do bonfim e do Algodão

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 97

Alex – o tinhoso
                        
Antigos espíritos do mal
transformaram uma forma decadente
em um vistoso moço alto
que para as ruas saiu contente

Suas unhas aparou
ao som cortante do esmeril
seu cabelo foi tratado
com finas camadas de Grecim dois mil

Vestiu o mais branco terno
todo de linho e de bom-tom
para o hálito usou menta
hortelã e um spray de Anapion
 

Pronto para o grande baile
de um detalhe então lembrou
e um chapéu de abas largas
na cabeça colocou

Das profundezas do inferno
subiu para as bandas de cá
ao chegar na superfície
foi pra zona norte de beagá

Para a pista foi correndo
Ao chegar na tal balada
dançou de tudo que podia
de forró até lambada

e foi logo conquistando
as mulheres do salão
mas o lance foi cortado
quando o chapéu caiu no chão

seu belo chifre apareceu
muito grande e envergado
causando um rebuliço
no povo todo apavorado

E naquele mesmo instante
ficou clara toda a treta
o belo moço engomado
era mesmo um capeta!

Essa história aconteceu
no final dos anos oitenta
foi mais ou menos assim
e o resto o povo inventa

Sua fama foi correndo
por cada canto da cidade
mesmo assim tem muita gente
que acha que é publicidade

Sua lenda até hoje
em muita gente causa medo
pois essa história é confirmada
até pelo padre Quevedo

Por muitos nomes ele é chamado
tinhoso, coisa ruim, assombração
peste, demo, satã
e até mesmo cramuião

Só que de apelidos ele não gosta
pois escolheu algo bem relax
e prefere ser chamado
apenas de Alex

Se você não quer problemas
evite a noite sair sozinho
pois  pode acontecer
de ver o capeta do Vilarinho!

Clodoalda

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 98

Asas da liberdade

Tão longe
Tão perto
Vejo um monge
Discreto
Pergunto modesto
Sobre a origem
Do Homem

Nem bem
Me responde
Percebo
Perplexo
A figura de um conde
Surgindo
De perto

Um conde?
Um monge?
Nem longe
Nem  perto
Mas ambos se escondem
Em pleno deserto

Um sonho?
Uma estoria?
Pergunto tristonho
Fantamas  sem memória
Indo e vindos de não sei onde
Voando....Voando...Voando
Para bem longe
Ou para bem perto

(Swim Bender)
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 99

Mergulho nas Cavernas

O ímpeto de lançar a aurora
da consciência aos sentidos,
traz o vento da minha morte
aos pulmões já envelhecidos...

A caverna da alma sombreia,
iluminada pelas lamparinas do olhar,
marés de mortas lembranças.
escuto lá fora, outros sonhar...

Calorosa angustia de luzes sentidas
elevam montes de areia no mar.
Ondas de povos e culturas perdidas
mergulhados no amor para escapar...

Buscada, retornamos então
às profundezas da carne queimada,
Isolada de adornos ou redenção,
Vida, aqui, jás purgada.
_______________________________

Do vasto samba no funéreo chão
O grande NADA dos Chicos, que dormem
Das eras biscas, que lambem como cão
Canto nest'hora, como bardos outrora:
Paus pequenos - mas picam porcas putas...
Desejos soltos - mas soltam sulcos suados...
Dei aos malandros - aos grandes heróis -
A pobreza dos meus pobres pecados.

Eu, que

Do vasto samba no funéreo chão,
Quando entre fortuitos biparte o cavaco,
não rubra a puta por chama-lo irmão...
não rubra o samba por dançar nela safado...
uma - é a fenda molhada dos homens
outra - é a melodia chumbada de guetos
Duas realezas hoje aqui se traçam!...
Duas grandes Emoções dos meus becos.

Daí, cai

Do vasto samba no funéreo chão,
de um céu de glórias apertando as bagas
Nasce tua prole, que se arroja então
e qual Lucíola desgrenhada, arrebata:
"Partí - aviãosinhos, mas volta-me malandros"
nesse tom da guerra sussurrou nos filhos,
- Mulher fecunda que não cria escravos -
e foram teus vilões, meninos perdidos.

Eles, bica

Do vasto samba no funéreo chão,
Comeu - a ossada, que plateia a lua.
Fumou - os tiros que vos pedem pão.
e hoje cresce o féu no seio da favela:
Se naufragaram - foi no mar da rua;
Se tropeçaram - foi na vaidade;
Se resvalaram - foi no teto da cela.
Ah! Malcoms exes da nossa imparidade.

Perd, orar,

Do vasto samba no funéreo chão,
- O rir do enfante, - o descasar do morto...
Dizem santas coisas palavras em vão
O berço - é a barca furada arrastada do Torto
A cova - é a barca do sonhar novo,
Enquanto nós dissemos para esse berço - Pode chorar -
para a ancora social, o malandro - Não vô cavar.

Franks Wilde


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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 100

Dama da Noite

Você terminou aquilo que começou, me deixou
mas partes de mim você levou.
Você me seduziu, me traiu
mas partes de mim você levou.
Eu quero meus braços e minhas pernas.
Você me fuzilou, me esquartejou, me alejou.

Dama da noite, dama da noite.
O dia vai chegar
o dêmo vem te buscar
volte para seu lugar.
                                      Black

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 101

Perseguição Satãnica

Há dois dias ele me persegue
em todas as partes que eu vou
ele me segue.
Um sujeito estranho.
Dentro do cimena ele me olhou
com aquele olhar satânico.
Eu sei que boa coisa ele não é.
Ele veio do inferno para me levar
e a minha alma ele quer comprar.
Ele sempre me persegue
ele quer me condenar, e no inferno
ele quer que eu vá.
                                               Black
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 102

Principe das trevas

São meia noite por um longo tempo
as criaturas da noite esperão este
acontecimento, saem de suas trevas
para assustar, matar, violentar
trazendo pânico a população.
Os dias estão se aproximando, dias de dor.
O príncipe das trevas nasce novamente
para querer reinar.

                                                      Black

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 103

O mundo das Almas

Chico Xavier já contou
A Mãe Dinnah também falou
O Walter Mercado colaborou
Sobre o que tem do lado de lá

Tanta dúvidas
Tantas questões
O que fazer, oh Nostradamus?
O que fazer, oh profecias?

São almas, são vozes
São crianças com bonecos no corredor
São constatações assustadoras
É o espírito, meu senhor!

Mas, medo não tenhamos!
Os bons espíritos de branco se vestem
Os do mau, capuz e adaga
E no espelho não se refletem.

Esperamos eles chegarem
E para eles perguntamos
Mediunidade a toda parte
A que rumo nós vamos?

Se saber fosse fácil
O que é ser quando morrer
Pra lá todos íamos
E voltaríamos pra dizer

Quem volta pra contar
É porque de lá não gostou
E no mundo sobrenatural
O real ficou.

(Maria Leitoa)
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 104
Atrás da escada
Alma
Penada
Calma...
Pelada!
Hum, danada.
Fantox Fatalatah
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 105

Extrada a ser seguida
Entrada proibida. Cão bravo
Estrada pro-híbrida. Chão breve.
Escada pro-libida. Não deve .
Ex-casa sem saída. Não vive.
Esbarra na ferida. Atreve!
Entrada sem saída.
Saída.
Ainda.
Ácida.
Ida.
Taxis Finite
           
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 106

Horror Bullying
Frankenstein tava confuse
Nosferatu só risada
Roubou o seu parafuso
E jogou lá na privada
Senhor Frank pra vingar
Ficou na maior fissura
Colocou no facebook
que ele usava dentadura.
Kala Frill

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 107

Palavras-chave para o sucesso
Antigos espíritos do mal
Transformem esta forma decadente      
Em Mun-Há
O de vida eterna!!!
Mun-haodevidaeterna

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 108

Sobre os problemas psico-ambientais da atualidade
Um poeta escroto
Deu um arroto
No bueiro caiu morto
Virou monstro do esgoto
Cérebios Mutato

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 109

Manhã de Domingo
Ufa!
Era só um UFO.
Que susto.
(luz que quase cega)
Acordei dentro da nave(todo cortado)
Invasor imbecil.
Abdusito Masfelix

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 110

Mau humor
Eu te odeio
Falei que ia embora
Mas somos siameses
E amanhã o circo estréia.
Irmãos Brothers

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 111

Lotação – Momento sobrenatural
Eu podia estar roubando
Eu podia estar matando
Mas estou escrevendo um poema no busú.
Hódyo Com Trau Sistemina

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 112

Manifesto Brasiliensis
Chega de terror europeu!
Médico-monstro e vampira
Viva a mula sem cabeça
O Saci e o Curupira!
Oswald Santidade

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 113

Espetáculo de hoje: O Fabuloso Mágico que parte uma pessoa ao meio!
Serra, serra, serrador
Serra o corpo do doutorrAAAAHHHGGH!!!
Opa!
Mas como é q...
Hehe. Chamem a ambulância.
Okopox

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 114

Psicanalisando
Na cabeça do anormal
Todo mundo é não normal
E o não normal vê o normal
Como sendo anormal
É natural que o sobrenatural
Veja o natural como não natural
Sendo ele normal não normal ou anormal.
Matildes Arcam

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 115

A poção
Um feiticeiro bizarro
Colocou em um caldeirão
Klu Klux
Klan e Nosferatu
Mussolini e um Dragão
Viajou por todo o mundo
Cruzou todas as Américas
Procurando ingredientes
Chegou nas terras ibéricas
Lá buscou um tal de Pedro
Conhecido como Dom
Misturou-o ao restante
Viu que estava quase bom
Com um trovão abriu um buraco
Bem no meio do cimento
Pra buscar o que faltava
Fez no inferno um tormento
Com um pouco mais de fogo
E uma caixa de desgraça
Os cornos do Satã
Se misturavam àquela fumaça
Provou um pouco da poção
Parecia um excremento
Botou tudo numa caixa
Chamada de parlamento
Foi crescendo a criatura
Feito um câncer no pulmão
O feiticeiro com medo
o pôs numa lotação
Mandou-o para bem longe
E ditou-lhe uma sina
Que reinasse sua ira
Na America latina
Deu-lhe então uma coroa
E o poder de discursar
Casou-se com uma princesa
Que já existia por lá
Reza a lenda que ainda hoje
Estão nessa terra estranha
Onde o povo é mariposa
E a rainha é uma aranha
Harry Fódder

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 116

Intranquila - ou de como acordei na cadeira do dentista

Minha mente monta
Mente
Absurdamente
Absurda, mente
E sente
Oi, quer tc?

Laurinha Poltergeist
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 117

O outro-mundo misterioso

Além
Do além

Longe
Bem longe

Distante
Bem distante

Existe algo
Inquietante

De lá
Quem foi
Jamais voltou

E a ignorância
È tudo que nos restou.

(O fantasma da ópera)

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 118

Nojo rima com Miojo.


Almas vazam do tùmulo em uma suave cor.
A cor da dor é branco incolor,
um  tumor  tem cor?
Amarelo lembro daquele  pus no dedao do chinelo?
seborréia lembra de longe  flocos de neve.
Verde è catarro no pulmao do coitado.
para fazer valer Lilás é cor de pega rapaz.
sem rodeios o azul aqui nao e blue.
O arco-iris nao existe em filme preto e branco...... 

Cabulozoo
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 119

variações sobrenaturais

i - sobrenatural

quem quer que a visse
sem que algo dissesse
sentia arrepio
e não dava um pio
do lado de dentro
de si percebia
há algo de sobrenatural na bahia


ii - sobre o natural

o leite é de soja
a carne é de soja
a couve é de soja
taioba também.
o oléo não pode
não faz muito bem.
assim se faz um
bem natural bem.


iii - sóbrio natural

vestia uma roupa
gravata florida
sem gota de álcool
pegava ninguém.
a alma lavada
pele bem tratada
hálito de menta
elas dizem: "nem".

tomava uns goles
os olhos caíam
visão escurecia
não via além.

mas era assim
que ele se entendia
e bem destruído
arrumava alguém.
a noite passava
o tempo voava
no dia seguinte
chamava de bem.

iv - sobre o nato uau

perdido na noite
ele se esforçava
e não se privava
de doar prazer

cama amarrotava
a pela suava
perfume vencia
era pra valer

mas quem se animava
nem bem terminava
soltava num gesto
um belo uau
e ele se sentia
dos reis o messias
sobre essa sua arte
orgasmo plural



v - sobre o nato uai
mineira que era
meio cinderela
sempre que pisava
olhava pro chão

um dia bebeu
perdeu compostura
família segura
não crê no que viu

ela sem repostas
só silabalava
enquanto sua mãe
se pronunciava:
minha filha querida
promete na vida
fazer da sua classe
isso nunca mais.

e ela menina
classuda que era
só se atrevia
a soltar: "uai".

bruna poetinha

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 120

Tapsin

Eu quero fugir
Fugir para não voltar
Mas pareço um zumbi
Já não sinto minha bochecha

Você de longe me flerta
Sorri com um olhar debochado
Mais pareço um zumbi
Já não sinto minhas pernas

O chão parece flutuar
Estou deitado no teto
Como vim parar aqui?
Mais que pareço um zumbi
Já não sinto meus cílios
Acho que nunca os senti

A dor da saudade aperta no meu peito
Chega a doer.
E pareço um zumbi
Meus pulmões eu sinto
Minha boca tem gosto de sangue

Estou sozinho em um lugar cheio de olhos
A música entra por todos poros
Menos pelo meu nariz trancado
Tomei um Naldecon noite
Pareço um zumbi
E ainda são onze da manhã
Merda!

Nelson Borges


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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 121

Diálogos de Ufos

 - Dizem que existe um lugar  onde os seres andam sobre duas pernas, possuem dois braços, cabeça, olhos, ouvidos, cabelos e até um  cérebro. .. Há inúmeras evidências que confirmam a veracidade do fato.
Já ouvi dizer que quando nascem os chamados ‘’bebês’’ são cuidados e educados pelos chamados ‘’pais’’. Quando os bebês crescem, os pais brigam com eles, chamando-os de mal educados.
Dizem que lá existe um sistema chamado democracia onde as pessoas podem escolher e votar em quem quiserem. E dizem que eles votam em seres que roubam verba que iria para o  leite dos chamados bebês, que eles fazem parte de um subsistema chamado tráfego de drogas (onde seres matam milhares de outros seres anualmente),  que eles pegam para consumo próprio dinheiro que iria para ambulâncias (transportadoras de enfermos) e para hospitais(lugares que curam os enfermos).
E o mais interessante é que eles sabem disso e continuam apoiando esses seres. DEMOCRACIAAAAA, DEMOCRACIAAAAAA!!! HAHAHAHAHA!!!!!
Lá existem bebês que nascem no lixo, que são colocados dentro de uma sacola e arremessados em lagoas, ou arremessados do alto de edifícios, hahahahaaaaaaa... Os seres de lá dependem do ar, da água, do meio ambiente e mesmo sabendo disso estão destruindo tudo, hohohohoho, eles estão se destruindo hohohoho, uuuuuuuu, haaaaa, xxiiiiiiiiiiiiiiii.

- Ufosti, pare de inventar histórias e assustar o pequeno etinho, veja a cara dele de medo. Vem cá meu pequeno, isso tudo é historinha inventada, nada disso existe.
-  Ufosti e sua imaginação fértil!!!

Cosmolânia

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 122

Meueu

Espelho, espelho meu , existe algum fantasma nesta casa, neste breu?

Sim.

Não na casa ou no breu, mas no espelho, espelho meu.

Yomesmo

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 123

Naturalmente sobrenatural

É Natural que o sobrenatural seja natural.
Uma vez que o natural já é sobrenatural,
o sobrenatural só pode ser natural.

Natura


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 Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 124

Passeio no bosque

-        Dizem que aqui tem lobisomem.
-        E qual o problema?
-        Dizem que tem mula sem cabeça.
-        E daí?
-        Tem vampiros, múmias, morto-vivos e todos os tipos de fantasmas.
-        Mas qual é o problema?
-        E alem de tudo é habitado por humanos.
-        Será que você pode andar mais rápido, senão não sairemos nunca daqui!!!

Rapidinha
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 125

Monga, a Mulher-Macaco
Realidade ou ilusão?
Uma mulher bonita – geralmente de biquíni – ficava presa dentro de uma jaula enquanto um narrador explicava a tenebrosa transformação.
Pelos cresciam, garras apareciam e dentes viravam presas durante a atração.
Monga levou sustos e medos aos parques de diversão.
Mas acontece que tudo isso não passava de uma exploração.
Monga tinha uma maldição, era a bela e a fera reunidas no mesmo corpo. Uma aberração!
Monga vivia o tempo todo sobre forte emoção.
Seu patrão a explorava para sua própria ambição e se casou com ela em plena comunhão.
Mas de tanto se transformar em Monga a moça sofreu ataque de coração.
E o show da mulher-macaco virou apenas uma ficção!

Zé Chimpam
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 126

Mons d’U Lag’

‘caus qui éruma vez
Um mons vivi den dun lag’

Êléra grandch i pesád’
E êl’ paricia quand’
A maré mixia

Só discubriru que qui ér’
Depôi de saí nus jornal
E na TV
Um mons den dun lago qui ninguém
Pudia Vê
Um dia us hôm decidiro
Si êl’ ixistch ô nãu
Vamu lá vê

Fôro
i discubriru... sabiu quê?
Qui aquilulá num passava di um bricolê.

Alan Na Jarra
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 127

Trocadalho: Vampirismo, narcisismo & misticismo na Transylvania

O Vampiro Narciso pouco medo tinha
de cruz, de alho, água benta e profecia
Mas um pior pavor ele tinha,
Olhar para o espelho e não ter sua imagem refletida .

Ex-Conde Drácula

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 128

Isso é sobrenatural...

James Joyce
Louis Carrol
Guimarães Rosa
Jorge Luis Borges
Carlos Drummond de Andrade
Cecília Meireles
Osman Lins
Raduan Nassar
García Lorca
Emily Dickinson
Charles Baudelaire
Gabriel García Marques
Ítalo Calvino
Naguib Mahfouz
Henry James
Oscar Wilde
Virginia Wolf
Yukio Mishima
José Saramago
Franz Kafka
Rainer Maria Rilke
Anton Tchekov
Fyodor Dostoievsky
Leon Tolstoi
Eduardo Galeano
Shakespeare

Isso é realmente sobrenatural!!!

Tweedledee

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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 129

Secretária Eletrônica
....
Piii
Rui,
Ruídos ruins ressoam.
Rangidos respondem os ratos.
Répteis Ronronam?
...
Piii
Denise,
Deixa de desconfiança.
Difícil dormir?
Deita, diga: Durmo!
...
Piii
Rui,
RÁPIDO!
Riem
Rangem
Ruiiiii
...
Piii
Denise,
Danificou
Danou
Demorarei
Deniseee
....
Piii
Rui
Ruim
Rrrrr ...
Uuuu...
IIIII ...
R-u-i
R -ui-ui-ui
Rrrrrr iiiii uuuu
....
Sra. Eliene
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Poema Concorrente da BPP 7 - Nº 130

Chamados do além

Chiados 
Gritos
Cheiros
Grunhidos 
Chantagem
Gemidos
Chamados
Gracejos
Chegada
Granada
Chupado
Golpeado
Chutes
Grooves
Chuva
e Gente


Guilherme Chipre

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